Em visita à Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) nesta terça-feira (5 de novembro), o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, disse que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) irão passar por um processo de reestruturação.
“Vivemos um momento diferente no Brasil e o ministério atualmente está quebrando barreiras”, declarou Montes. No caso da Embrapa, o secretário disse que a instituição “precisa achar um foco de atuação e se livrar do viés político”. Montes chamou a atenção para o fato de que “o enfoque do governo passou a ser estritamente técnico”, e que “a Embrapa também seguirá por esse caminho”.
Já o assessor especial do Mapa e diretor da SNA, Francisco Basílio, afirmou que “a Embrapa é um dos desafios da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e que “o governo irá trabalhar por uma nova empresa”.
O ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) participou de um almoço na SNA, onde destacou o desempenho da ministra da Agricultura e comentou que é necessário que o governo mostre a realidade do agronegócio nacional para o Brasil e o mundo.
“A tradição da agricultura brasileira tem de ser inserida na sociedade urbana, que não conhece a importância e a força do agronegócio. Precisamos divulgar essa realidade”, disse o secretário do Mapa, acrescentando ainda que a imagem do Brasil no exterior “é totalmente equivocada”.
Colaborações
Ao falar sobre o Estado do Rio, Montes pediu o apoio do secretário de Agricultura Marcelo Queiroz e do presidente da Fecomércio, Antonio de Queiroz, para que seja resolvida a atual situação da Cobal do Humaitá e da Cobal do Leblon, que enfrentam problemas relacionados à gestão, infraestrutura e espaços ociosos.
O secretário destacou ainda que “a Sociedade Nacional de Agricultura é uma instituição forte que pode colaborar muito com o Ministério da Agricultura”.
O presidente da SNA, Antonio Alvarenga, disse que a entidade está pronta para colaborar com o ministério “para ajudar no que for preciso”, mencionando a possibilidade de auxiliar no projeto de implantação do Polo de Tecnologia e Inovação nas instalações da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro, com o apoio da iniciativa privada.
“O Brasil está ingressando em uma nova fase de crescimento econômico. Os primeiros resultados das medidas implementadas pelo governo Jair Bolsonaro já começam a aparecer. O Rio de Janeiro precisa acompanhar essa trajetória de desenvolvimento. Além do setor de petróleo, o estado tem potencial para avançar em outras áreas, inclusive no agronegócio”, enfatizou Alvarenga.
Ao defender investimentos em novas vocações do Rio, o secretário Marcelo Queiroz afirmou que o governo precisa criar um tipo de marca de desenvolvimento sustentável para o estado. “Temos um mercado consumidor muito grande e há muitas oportunidades neste setor”.
Iniciativas
O presidente da Fecomércio, por sua vez, salientou que, “para haver desenvolvimento sólido, é necessário educação”. Nesse contexto, Queiroz anunciou a elaboração de um projeto em parceria com o Sebrae e o Senac para a criação de uma escola de empreendedorismo. O presidente destacou ainda que “os setores de comércio e serviços no Rio representam 70% do PIB do estado, sendo grandes geradores de empregos”.
O diretor da SNA, Thomás Tosta de Sá, enfatizou que o mercado de capitais será o grande fator de desenvolvimento econômico e social do País. ” Além disso, pode ser um grande instrumento para o desenvolvimento do agronegócio no Rio de Janeiro”.
Ao comentar os recentes avanços tecnológicos relativos aos chamados “novos alimentos” – como por exemplo a carne de laboratório elaborada à base de plantas – a diretora da SNA, Sylvia Wachsner, afirmou que “esse tipo de tecnologia, associada à cadeia do agronegócio, é uma oportunidade para o Rio fazer a diferença”.
Também participaram do almoço com o secretário Marcos Montes, os diretores da Conab, Cláudio Rangel Pinheiro e José da Costa Neto; a superintendente do Mapa no Rio de Janeiro, Renata Briata da Conceição; o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro; os vice-presidentes da SNA, Osaná Almeida, Hélio Sirimarco e Tito Ryff; os diretores da instituição, Alberto Figueiredo, Márcio Sette Fortes, Francisco Villela, Tulio Arvelo Duran, Chequer Jabour Chequer, Paulo Protásio e Cláudio Contador, e a editora da revista A Lavoura, Cristina Baran.