O vice-ministro da Agricultura e dos Assuntos Agrários da China, Qu Dongyu, foi eleito neste domingo (23 de junho), com 108 votos, como novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Ele ocupará o cargo pelos próximos quatro anos, de 1º de agosto de 2019 a 31 de julho de 2023.
O governo brasileiro, que apoiou oficialmente a eleição do executivo asiático, foi representado pela ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que também participou da votação, em Roma (Itália).
Após a eleição, Dongyu se comprometeu com a justiça e transparência no cargo e disse que será imparcial e neutro na diretoria da FAO. “Trabalharei pelo povo e por todos os agricultores. Por uma FAO dinâmica, por um mundo melhor”, disse.
A delegação chinesa destacou que o novo diretor-geral vai reformar a FAO em pouco tempo e garantiu que a China vai manter seus compromissos de cooperação mundial em favor do desenvolvimento da agricultura. Outros países também cumprimentaram o vencedor, como França Itália, Kuwait, Tailândia, Guiné Equatorial, Bangladesh, Canadá, Cabo Verde, Alemanha, Austrália, Irã, Indonésia, Nigéria, Africa do Sul e Uganda. A delegação do Uruguai falou em nome da América Latina e Caribe, ressaltando que a região terá portas abertas para o novo diretor da FAo.
O brasileiro José Graziano da Silva, que ocupa o cargo de diretor-geral da FAO desde 2012, cumprimentou o vencedor e entregou a ele o novo crachá da FAO. A ministra Tereza Cristina parabenizou Graziano pelo período na diretoria-geral do organismo internacional.
Agenda entre países
Dongyu venceu os candidatos da França, Catherine Geslain-Lanéelle, que teve 71 votos, e da Geórgia, Davit Kirvalidze, com 12 votos. Ele é vice-ministro da Agricultura da China desde 2015, PhD em Ciências Agrícolas e do Meio Ambiente. Sua pauta é voltada para a facilitação da agenda internacional de países em desenvolvimento e inclusão digital no campo. Em seu discurso de apresentação, Dongyu defendeu a inovação e o uso da tecnologia na agricultura.
Dongyu visitou o Brasil, em março passado, quando manteve reuniões no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Argentina e Uruguai também apoiaram a eleição de Dongyu.
Para o vice-ministro chinês, a FAO deveria denunciar os abusos que colocam em risco a segurança alimentar. Ele prometeu reformas profundas na estrutura e no funcionamento das equipes da FAO para apoiar os estados membros, o aumento em 10% nos recursos a cada ano e o desenvolvimento de programas para jovens agricultores e para as mulheres.
Qu Dongyu defende que as políticas da FAO estejam alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, em particular com a erradicação da fome e da pobreza, com o aumento sustentável da produção agrícola e alimentar e com a promoção de um sistema de comércio internacional agrícola livre de distorções e restrições indevidas sem uma base científica adequada.
Fonte: Coordenação-geral de Comunicação Social do Ministério da Agricultura