Com a introdução das variedades IAC07-2361 e IACCTC09-6166, o setor sucroenergético recebe novas ferramentas para ampliar a eficiência agrícola e industrial (Foto: IAC)
O Instituto Agronômico (IAC-Apta) lança duas novas variedades de cana-de-açúcar – IAC07-2361 e IACCTC09-6166 – destinadas ao Centro-Sul do Brasil.
Com a chegada desses materiais, o Programa Cana IAC reforça a diversificação varietal e contribui para ampliar a competitividade e a resiliência da canavicultura paulista e brasileira.
“As variedades IAC07-2361 e IACCTC09-6166 representam a evolução do programa de melhoramento genético de cana-de-açúcar do Instituto Agronômico, destacando-se pela alta produtividade agroindustrial e características que facilitam os manejos ao longo dos ciclos produtivos”, comenta Marcos Landell, líder do Programa Cana IAC e coordenador do Instituto.
A variedade IAC07-2361 se destaca principalmente pela qualidade da matéria-prima entregue à indústria.
Ela apresenta excelente adaptação à mecanização no plantio e na colheita, mantém ótima população de colmos ao longo dos cortes e combina alta produtividade com rusticidade, além de apresentar raro florescimento. Seu porte semiereto contribui para a boa resistência ao acamamento.
Já a IACCTC09-6166 se diferencia pelo longo Período de Utilização Industrial (PUI), atributo que favorece simultaneamente a produtividade agrícola e a qualidade da matéria-prima.
A variedade mostra excelente adaptação ao cultivo mecanizado, com elevada produtividade e manutenção de uma população uniforme de colmos ao longo dos cortes. Também apresenta alta adaptabilidade a diferentes ambientes, porte semiereto e boa resistência ao acamamento.
Segundo Mauro Xavier, pesquisador e diretor da Divisão Avançada de Pesquisa e Desenvolvimento de Cana do IAC, “essas duas variedades ilustram a eficiência do Programa Cana IAC no desenvolvimento de variedades modernas e com equilíbrio entre a produtividade agrícola e a qualidade de matéria-prima”.
Os resultados obtidos em ciclos sucessivos de cultivo indicam elevado desempenho agronômico, estabilidade produtiva e ampla adaptabilidade, atributos que sustentam a recomendação técnica das novas cultivares.
Panorama da canavicultura nacional
Além das liberações, o Programa Cana IAC apresenta o Censo Varietal Safra 2025/2026, o levantamento mais abrangente do país sobre o uso de variedades de cana em diferentes regiões produtoras.
O estudo traça um panorama detalhado da canavicultura nacional, apontando as variedades mais cultivadas, tendências de mercado e indicadores essenciais para o planejamento estratégico.
A partir dos dados reunidos, foram elaborados índices de qualidade varietal que avaliam a proporção de variedades precoces e tardias, os riscos biológicos associados à concentração varietal e o grau de adoção de materiais modernos, caracterizados por alto perfilhamento, porte ereto, elevada produtividade e ausência de doenças.
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Com base nos resultados do levantamento, o Programa Cana IAC também reconhece as empresas que adotam práticas sustentáveis e mantêm seu “plantel varietal” seguro e atualizado por meio do Prêmio Excelência no Uso de Variedades de Cana e do Prêmio Variedades de Cana Modernas.
O Programa Cana IAC mantém 660 experimentos em andamento, distribuídos por 14 regiões, entre elas Ribeirão Preto, Jaú, Mococa, Pindorama, Assis, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Piauí.
Cada local apresenta condições específicas de solo e clima que favorecem a seleção, caracterização e desenvolvimento de materiais com elevado potencial produtivo.
“Essas regiões constituem a base física, científica e tecnológica para avaliação, seleção, caracterização e desenvolvimento dos clones elites regionais – as variedades melhoradas que são disponibilizadas, anualmente, ao setor de bioenergia”, afirma Landell.
As novas variedades foram validadas em múltiplos ambientes dentro dessa rede experimental, o que reforça a confiabilidade de seu desempenho em diferentes condições de cultivo. Todas as cultivares liberadas pelo Instituto contam com o fingerprint varietal, ou “fotografia genética”, que funciona como um código de barras capaz de identificar com precisão cada variedade e garantir sua rastreabilidade.
O Programa Cana IAC reforça, ainda, a necessidade de adoção de medidas fitossanitárias essenciais, como plantio de mudas sadias, tratamento térmico, roguing e rotação de culturas sempre que possível.
Fonte: IAC








