Bioenergia deve quase triplicar sua participação na matriz global até 2050, passando de 7% para cerca de 18% (Foto: ETH Bioenergia/Divulgação)
um grande motor de geração de emprego e renda nos próximos anos. Um estudo divulgado pela Schneider Electric em parceria com a consultoria Systemiq aponta que o país pode criar 760 mil novos postos de trabalho no setor de bioenergia até 2030, um crescimento de 63% em relação ao volume atual.
A perspectiva reforça o protagonismo brasileiro nesse segmento, já que o país concentra 26% de toda a força de trabalho global ligada à bioenergia, somando 1,16 milhão de profissionais, segundo dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena).
De acordo com o relatório, lançado na COP30, intitulado “Shaping Brazil’s Workforce for a De-fossilized Economy”, o Brasil reúne condições estratégicas para liderar a transição energética mundial. Isso porque a bioenergia — produzida a partir de biomassa vegetal ou animal, como no caso do etanol — deve quase triplicar sua participação na matriz global até 2050, passando de 7% para cerca de 18%.
A expansão pode impulsionar fortemente a economia brasileira, sobretudo no meio rural, ao gerar renda no campo, estimular cadeias produtivas associadas e fortalecer economias locais.
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Pontos de atenção
Apesar do cenário promissor, o estudo alerta para um obstáculo decisivo, que é a falta de mão de obra qualificada. Hoje, há escassez de profissionais em áreas fundamentais para o avanço da bioenergia, como automação, eletrificação, manutenção industrial e transporte.
Para atender às necessidades do setor e sustentar o crescimento projetado, seria necessário qualificar cerca de 450 mil novos trabalhadores até 2030, um esforço de grande escala que demanda coordenação entre governo, setor privado e instituições de ensino.
O relatório propõe um plano de ação estruturado em três etapas para enfrentar esse desafio. No curto prazo, recomenda o uso de academias corporativas, programas internos de capacitação e certificações modulares para suprir a demanda imediata por profissionais especializados.
Em um horizonte de médio prazo, sugere a criação de observatórios de competências e mecanismos de certificação verde, capazes de aproximar a oferta de talentos das necessidades reais da indústria. Já no longo prazo, indica a necessidade de reformas profundas na educação técnica e superior, incorporando competências digitais, industriais e de sustentabilidade aos currículos.








