Emater-MG alerta sobre importância da vacinação e do controle de parasitas dos animais
A produtividade da pecuária é também influenciada e pela saúde dos animais. Com um rebanho saudável, o produtor consegue reduzir perdas, evitar gastos com medicamentos e ainda garante melhores resultados na produção de leite e carne.
O zootecnista Manoel Lúcio Pontes Morais, coordenador técnico estadual da Emater-MG orienta que o manejo sanitário seja parte do planejamento de todas as propriedades, com atenção constante à vacinação, prevenção de doenças e controle de parasitas.
Ele ressalta que o primeiro passo é manter um calendário sanitário atualizado e afixado em local visível. “O calendário ajuda o produtor a se organizar e não perder o momento certo de cada vacina ou tratamento preventivo. Essa regularidade é essencial para o sucesso sanitário do rebanho”, afirma.

O colostro nas primeiras horas de vida é importantes para a imunidade inicial do bezerro contra várias doenças Foto Divulgação
Cuidados desde o nascimento do bezerro
Morais explica que os cuidados começam logo após o nascimento do bezerro. “O fornecimento do colostro nas primeiras horas de vida é considerado uma das medidas mais importantes, pois garante imunidade inicial contra várias doenças”, enfatiza.
Segundo o zootecnista, o colostro funciona como a primeira vacina natural. “Ele precisa ser oferecido logo nas primeiras duas horas após o parto, para que o bezerro absorva os anticorpos maternos”, reforça Morais.
Outro procedimento essencial, de acordo com orientação do especialista, é a cura do umbigo, feita com álcool iodado, para evitar infecções e complicações no recém-nascido.

A cura do umbigo é essencial para evitar infecções e complicações no recém-nascido Foto Divulgação
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Vacinação é prevenção
O coordenador técnico da Emater-MG desataca que a vacinação é um dos principais instrumentos de prevenção. “No caso da brucelose, a imunização de bezerras entre três e oito meses é obrigatória e deve ser feita por médico veterinário ou profissional credenciado. Já a vacina contra a raiva deve ser aplicada anualmente”, esclarece.
De acordo com o zootecnista, também é recomendada a vacinação contra as clostridioses, conjunto de enfermidades que causam a morte súbita de animais, como tétano, botulismo e outras. “Essas doenças ainda provocam prejuízos expressivos ao produtor. A prevenção, por meio da vacina, é o caminho mais seguro e econômico”, ressalta.

A vacinação é um dos principais instrumentos de prevenção Foto Governo Sergipe/Divulgação
Controle de parasitas
Além das vacinas, Morais orienta que o controle de parasitas é outro ponto fundamental do manejo sanitário. O carrapato bovino, por exemplo, afeta diretamente a produção e pode transmitir doenças graves.
O especialista aconselha que o produtor utilize produtos específicos e siga corretamente as instruções de uso. “O banho deve ser feito com segurança, respeitando a dosagem e o intervalo entre as aplicações. Também é importante usar equipamentos de proteção durante o preparo e a aplicação do produto”, alerta o coordenador da Emater-MG.
No caso das verminoses, o zootecnista recomenda o uso de vermífugos de largo espectro e a rotação de pastagens. “Ambientes encharcados e superlotados favorecem a proliferação dos vermes. A limpeza das instalações e a separação dos animais jovens dos adultos ajudam muito no controle”, explica. Já o berne, causado por larvas de moscas, pode ser evitado com a limpeza das áreas de criação e o manejo correto do esterco.

O controle de parasitas é outro ponto fundamental do manejo sanitário Foto Divulgação
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Agora é o momento ideal para realizar o manejo estratégico e proteger o rebanho dos parasitas
Doenças comuns
Morais sublinha ainda que, entre as doenças mais comuns em vacas leiteiras está a mamite — inflamação do úbere que reduz a produção e a qualidade do leite. “A higiene na ordenha é a melhor forma de prevenção. O uso da caneca de fundo escuro e a realização periódica do teste CMT (Califórnia Mamite Teste) permitem identificar os primeiros sinais da doença, evitando prejuízos maiores”, ensina.
Manejo sanitário
Para o coordenador da Emater-MG, o manejo sanitário é um investimento indispensável para o sucesso da pecuária. “Quando o produtor segue as orientações técnicas, garante o bem-estar dos animais, mantém a produtividade e melhora o resultado econômico da propriedade”, conclui.
Orientações detalhadas podem ser encontradas na cartilha “Manejo Sanitário de Bovinos”, disponível para consulta e download gratuito na Livraria Virtual da Emater-MG, no site www.emater.mg.gov.br.

Para controlar verminoses, é recomenda o uso de vermífugos de largo espectro e rotação de pastagens Foto Acrissul/Divulgação
Principais cuidados sanitários com o rebanho bovino:
| Cuidados Sanitários | Finalidade | Época Recomendada / Frequência |
| Fornecimento do colostro | Garante imunidade inicial ao bezerro; fornece anticorpos da mãe. | Nas primeiras 2 horas de vida do bezerro. |
| Cura do umbigo | Previne infecções no recém-nascido com uso de álcool iodado (7–10%). | 2 vezes ao dia, por 3 dias após o parto. |
| Vacina contra Brucelose | Protege contra doenças reprodutivas e zoonóticas. | Bezerras de 3 a 8 meses de idade. Aplicação única, feita por veterinário credenciado. |
| Vacina contra Clostridioses | Evita doenças como tétano, botulismo e carbúnculo. | Primeira dose aos 4 meses de idade, reforço após 30 dias e revacinação anual. |
| Vacina contra Raiva | Previne doença fatal que afeta animais e humanos. | A partir dos 4 meses, com reforço após 30 dias e revacinação anual. |
| Controle de carrapatos | Reduz perdas e previne tristeza parasitária. | Fazer banhos estratégicos (5 a 6 ao ano) nos períodos de menor infestação. Repetir teste de sensibilidade anualmente. |
| Prevenção de mastite (mamite) | Mantém a qualidade do leite; evita infecções do úbere. | Higiene na ordenha diária, testes CMT quinzenais ou mensais. |
| Controle de verminose | Previne anemia, diarreia e perda de peso. | Aplicar vermífugo 4 vezes ao ano (abril, julho, setembro e dezembro). Fazer rotação de pastagens e manter bezerros em locais secos. |
| Controle do berne | Evita perda de peso e danos ao couro. | Limpeza diária das instalações e esterco; uso de bernicidas quando necessário. |
| Higiene geral das instalações | Evita proliferação de moscas e doenças. | Limpeza diária dos currais, bezerreiros e salas de ordenha. |








