A resposta está nas biossoluções, que são eficazes e sustentáveis (Foto: Divulgação)
A saúde do solo ganha cada vez mais destaque nos debates sobre produção sustentável na agricultura. O raciocínio é simples: mais do que a fertilidade da planta, ter o solo saudável aumenta a capacidade de sustentar a vida, manter a produtividade e preservar o ecossistema de maneira equilibrada e duradoura.
De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador de desenvolvimento de mercado da Acadian Plant Health, Samir Filho, esse tema se torna ainda mais relevante diante dos efeitos cada vez mais intensos do estresse climático, com períodos secos e outros com extrema umidade, que tem afetado safras em toda a América Latina e, por extensão, no mundo.
De acordo com o especialista, as altas temperaturas, longos períodos de estiagem e eventos climáticos extremos estão diretamente ligados à degradação da saúde do solo, trazendo prejuízos significativos para a agricultura. “O solo saudável reúne características físicas, químicas e biológicas que permitem o desenvolvimento pleno das plantas e a manutenção da biodiversidade local, possibilitando a alta produtividade agrícola”, acrescenta o agrônomo.

Alga-marinha pode ser ingrediente fundamental para o sucesso da nova safra. Foto-Divulgação
Entre as desejadas características do solo estão boa estrutura física, com porosidade adequada para infiltração de água e aeração das raízes; pH equilibrado, que facilita a disponibilidade de nutrientes; presença de matéria orgânica, que o enriquece e melhora sua capacidade de retenção hídrica; e microbiota ativa e diversa, fundamental para a ciclagem de nutrientes e fortalecimento das plantas contra pragas e doenças.
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Principais desafios
O especialista destaca que o chamado estresse climático representa hoje um dos maiores desafios para os produtores rurais latino-americanos. “O excesso de calor e a escassez de água comprometem qualquer sistema produtivo. Como combater esses desafios? Indiscutivelmente, investindo em soluções sustentáveis e eficazes para garantir o rendimento das lavouras e reduzir os impactos econômicos”, relata.
Uma dessas melhores alternativas é o uso de biossoluções, que têm conquistado espaço como aliadas da agricultura regenerativa. “Produtos à base da alga marinha Ascophyllum nodosum vêm se destacando pelos benefícios diretos em termos de fisiologia vegetal e produtividade das culturas, com excelente custo-benefício para o produtor”, pontua Samir Filho.

Ascophyllum nodosum. Foto: Jessica Penny
Ele explica que essa alga marinha é exclusiva de águas frias do Atlântico Norte e cresce em zonas intermaré, sob condições inóspitas: durante a variação de maré, fica submersa em água salgada na maré altas e logo depois à desidratação em razão da maré baixa.
“Ela enfrenta temperaturas extremas no verão (até 40o C) e no inverno (-20o C). Tais características fizeram com que ela desenvolvesse mecanismos de sobrevivência, produzindo compostos bioativos que lhe confere defesa contra tais condições ambientais extremas. Dessa forma, consegue contribuir para a saúde das plantas e do solo”, conclui o especialista