Cuidados na alimentação e queimadas também são problema para os animais (Foto: Arquivo A Lavoura)
A oferta e a qualidade das pastagens no período seco caem significativamente, o que faz com que o produtor de leite e carne bovina deve ficar estar mais atento à alimentação do rebanho.
Além disso, com a multiplicação dos focos de incêndio no país neste ano, outro ponto a ser levado em consideração deve ser a atenção com as queimadas, que podem representar uma séria ameaça para os animais e trazer grandes prejuízos para o produtor.
Na avaliação do coordenador técnico Estadual de Bovinocultura da Emater-MG, Manoel Lúcio Pontes Morais, a prevenção é a melhor conduta para o pecuarista nesse momento.
“Como estamos vendo muitos casos de incêndio, o recomendado é o produtor fazer aceiros na beira de estradas e divisas de propriedade. E se tem um local que costuma pegar fogo todo ano, o melhor é não deixar os animais ali, porque, caso aconteça um incêndio, o rebanho, na melhor das hipóteses, vai sofrer um imenso estresse e algum dano físico para arrebentar a cerca, podendo, se não conseguirem, morrer todos cercados pelo fogo”, alerta.
Riscos
Conforme orienta o coordenador da Emater, os aceiros devem ter no mínimo cinco metros de largura e devem ser limpos anualmente no início do período da seca, mas eles podem não ser suficientes, por causa do vento, do tipo de vegetação e do relevo.
Segundo ele, além do aceiro, é importante que o produtor esteja sempre atento se há sinais de fumaça para, que retire os animais, no caso de incêndio, daquela manga onde eles estão presos.
“Num caso de risco muito grande, o pecuarista deve planejar o pastejo diferido para piquetes mais distantes da divisa de estradas ou áreas de muito movimento. Sempre buscar fazer uma limpeza nas beiras de estradas, catando pedaços de vidro ou qualquer outro material que possa gerar uma combustão nessa macega, que é muito seca”, acrescenta Morais.
Ele informa ainda que, no período de transição seca-águas (caracterizado pelo fim da seca e início da estação chuvosa), que ocorre normalmente nos meses de setembro/outubro, as pastagens tendem a melhorar com a rebrota do capim.
“Entretanto, o atraso das chuvas e as altas temperaturas podem interferir na formação do novo pasto, tornando essa fase um período crítico para a produção de bovinos. Por isso, é fundamental adotar alguns cuidados para garantir a saúde e o bem-estar dos animais”, orienta.
LEIA TAMBÉM:
→ Verão requer mais cuidados no manejo das vacas leiteiras
Cuidados com a alimentação
De acordo com o especialista, é importante que o produtor esteja prevenido com uma quantidade maior de alimentos do que aquela que ele vai necessitar. O recomendado é ter, no mínimo 30% a mais, pois pode haver perdas ou acontecer algum imprevisto, como as queimadas, e aí, nesse contexto, o planejamento, quando fica muito justo, é prejudicado.
“O uso do sal proteinado é um instrumento de manejo muito importante para o produtor, pois permite que os animais comam e consigam digerir bem aquela macega que existe na pastagem, passando melhor o período da seca”, ressalta o coordenador.
Ele lembra ainda que os animais também devem ter acesso a água limpa, através de bebedouros, em todas as mangas, durante todo o ano, porém, no período de seca, a água não só ajuda na hidratação do rebanho como também é fundamental para ajudar na digestão do capim mais seco e não prejudicar os processos metabólicos.
“Além de tomar essas medidas, na seca, o produtor deve intensificar o monitoramento do rebanho para identificar com antecedência sinais de doenças, problemas de manejo e outras situações que podem afetar o desempenho animal. O acompanhamento constante do rebanho permite a identificação precoce de problemas e a implementação de soluções antes que eles fiquem mais sérios”, recomenda Morais.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emater-MG