O aumento da produção de proteína animal e das exportações, além do desenvolvimento de novos produtos, deve estimular a economia e fortalecer o segemento (Foto: Arquivo/Mapa)
O setor de saúde animal no Brasil está projetado para crescer em média 9% ao ano até 2027, atingindo um volume de aproximadamente R$ 15,3 bilhões, de acordo com um estudo da Redirection International.
A consultoria especializada em fusões e aquisições (M&A) destacou que esse crescimento será impulsionado pelo robusto mercado agropecuário brasileiro, que desempenha um papel fundamental na produção global de proteína animal.
Em 2022, o Brasil contava com o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 234 milhões de cabeças de gado, e era o segundo maior produtor global de aves, com uma produção anual de 14,8 milhões de toneladas de frango.
Apesar de um crescimento modesto de 4,2% em 2023 e a previsão de uma desaceleração no agronegócio em 2024, o economista Adam Patterson, sócio da Redirection International, destaca que as perspectivas de médio prazo para o setor são promissoras.
O aumento da produção de proteína animal e das exportações deve estimular a economia e fortalecer o setor de saúde animal, que movimenta mais de US$ 63 bilhões globalmente, com expectativas de atingir US$ 117 bilhões até 2031, segundo dados da Skyquest.
Desenvolvimento de novos produtos
Esse cenário favorável também reflete em um aumento nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos de saúde animal, incluindo inovações como anticorpos monoclonais, células-tronco e tecnologias digitais.
“Além disso, a indústria vem investindo em soluções ecologicamente corretas, o que pode criar novas oportunidades no mercado e ser um diferencial para as empresas”, afirma Patterson.
O estudo da Redirection International também prevê um aumento nas atividades de M&A no setor, especialmente com a formação de grandes grupos regionais e a entrada de grupos internacionais no mercado brasileiro.
As tendências incluem a busca por sustentabilidade ambiental, proteínas alternativas e inovação em produtos farmacêuticos e biológicos veterinários, entre outros. Recentes aquisições, como a compra da área de aquacultura da Elanco pela MSD Saúde Animal em março de 2024, ilustram esse movimento.
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Mercado pet
Outro fator relevante é o crescimento do mercado pet, que movimentou R$ 68,7 bilhões em 2023. O Brasil possui a terceira maior população de animais de estimação do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos, o que também contribui para o dinamismo do setor de saúde animal.
“O setor de saúde animal brasileiro está pronto para continuar sua recente trajetória de crescimento. É provável que essa expansão continue a ser atraente para empresas internacionais e grandes grupos nacionais ao longo da cadeia de valor. Nos mercados desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, também estamos vendo um aumento na atividade de fusões e aquisições em serviços veterinários, com vários grupos de plataformas escalando rapidamente”, destaca Adam Patterson.
“No geral, novas tecnologias em agricultura de precisão, produtos farmacêuticos e diagnósticos serão algumas das principais áreas de interesse, promovendo novas parcerias, entrada em novos mercados e acordos estratégicos de fusões e aquisições. Podemos esperar mais negociações, consolidação e um cenário industrial cada vez mais competitivo e inovador”, complementa.
Fonte:Redirection International