O Sistema Plantio Direto (SPD), ao adotar práticas como rotação de culturas, cobertura perene e mínimo revolvimento do solo, preserva a qualidade do solo de forma mais eficaz do que o Plantio Direto, que não inclui a rotação de culturas
Uma pesquisa recente trouxe à tona importantes descobertas sobre a conservação do solo em áreas agrícolas, comparando o Sistema Plantio Direto (SPD) e o Plantio Direto (PD) nos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.
O trabalho, parte do Projeto SPD Agro+, promovido pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto (FEBRAPDP), foi desenvolvido pelo estudante de agronomia Gabriel Cosmi Francisco, de apenas 21 anos (foto de abertura).
Gabriel destacou que, independentemente do bioma, o SPD apresentou uma melhor qualidade do solo do que o PD, que, por sua vez, revelou sinais de degradação e compactação.
“Observamos que no Sistema Plantio Direto ocorreu um certo adensamento em profundidade, mas que não chegou a ser compactação, enquanto o Plantio Direto em si, independentemente do bioma, traz características de degradação e compactação”, explicou o estudante.
Preservação mais eficaz do solo
O estudo, que analisou a estrutura do solo em diferentes práticas agrícolas, demonstrou que o SPD, ao adotar práticas como rotação de culturas, cobertura perene e mínimo revolvimento do solo, preserva a qualidade do solo de forma mais eficaz do que o PD, que não inclui a rotação de culturas.
Os resultados indicaram que, no bioma Mata Atlântica, o solo em áreas sob SPD apresentou uma estrutura mais conservada, com uma pontuação média de 5 na metodologia do Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES).
Em contraste, as áreas sob PD alcançaram apenas uma média de 3, sugerindo sinais de degradação e compactação.
Já no Cerrado, o SPD obteve uma média de 4,5, também superando o PD, que novamente ficou com uma média de 3.
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A pesquisa revelou ainda que o SPD, apesar de causar um leve adensamento em profundidade, não resultou em compactação significativa, ao contrário do PD, que demonstrou características de solo degradado em ambos os biomas.
Esses achados reforçam a eficácia do SPD como uma prática agrícola sustentável, crucial para a manutenção da saúde do solo, especialmente em regiões com biomas tão diversos quanto a Mata Atlântica e o Cerrado.
A análise foi realizada em dez estados brasileiros, abrangendo áreas de vegetação nativa, SPD e PD.
No bioma Mata Atlântica, a vegetação nativa manteve a nota máxima de 6 na escala DRES, servindo como referência. No Cerrado, as áreas de SPD também se destacaram, embora com uma diferença menor em relação ao PD.