Conheça práticas de manejo que promovem controle térmico e asseguram mais bem-estar e produtividade ao rebanho. (Foto: Elanco/Divulgação)
O verão é um período desafiador para a sanidade dos animais na fazenda leiteira. A combinação de calor intenso e chuva requer atenção dobrada ao manejo para assegurar o bem-estar ao rebanho e, consequentemente, a produtividade do negócio.
Nesta época do ano é comum, por exemplo, o aumento da incidência da mastite, a inflamação da glândula mamária da vaca.
“As altas temperaturas e a umidade tendem a dificultar o controle da higiene nas instalações e do conforto térmico, e isso acaba favorecendo a proliferação de bactérias que provocam a doença”, diz Octaviano Pereira Neto, médico-veterinário e gerente técnico da Elanco Saúde Animal.
Além disso, o tempo quente também modifica hábitos alimentares dos animais, o que, se não for bem administrado, acarreta prejuízo à imunidade da vaca e à produção de leite.
“Com o calor durante o dia, os animais acabam por consumir cerca de 70% da ração à noite ou de madrugada. O produtor precisa estar de olho nisso e alterar estratégias de manejo”, diz Octaviano
Abaixo, a o especilista dá sete orientações de boas práticas para a fazenda leiteira durante a estação mais quente do ano. O objetivo é preservar o bem-estar animal e a produtividade da propriedade.
Dicas para o bem-estar das vacas no verão
- Cuidado com o pasto úmido ou com a terra encharcada com excesso de esterco e barro. As bactérias que crescem neste tipo de ambiente podem entrar pelo orifício do teto (esfíncter) da vaca quando ela deita sobre o solo. É uma porta aberta e perigosa para o processo infeccioso e inflamatório da mastite.
- Administre o tamanho dos lotes de comida para se ajustar às mudanças no consumo da ração durante as diferentes etapas do dia.
- No calor, as silagens devem ser misturadas ou fornecidas pelo menos duas vezes ao dia para evitar o aquecimento do alimento no vagão e no cocho, o que pode fazer com que as vacas comam menos e, assim, produzam menos leite. Nas áreas de alimentação externa é importante haver sombra sobre o cocho e também em outros locais. Isso incentiva as vacas a comerem durante o dia.
- Use ventiladores e aspersores de água (que molham o pelo da vaca). Esta prática ajuda no controle térmico porque refresca o animal no curral, nas áreas de descanso e nas de alimentação. Consequentemente, controla o estresse e auxilia na imunidade do rebanho. É fundamental associar a água com o vento, pois o processo de evaporação é quem remove o calor do animal.
- Faça um balanceamento adequado das rações com novas forragens, que devem ser analisadas para equilibrar o suprimento nutricional. Com a alimentação de verão o equilíbrio dos minerais, como o nível de potássio no organismo, é levemente alterado para levar em conta não apenas a composição de nutrientes das novas forragens, mas também o estresse que o calor provoca.
- Garanta que as novilhas no pasto tenham forragem adequada e bastante água limpa e fresca. Isso é extremamente importante para o controle da temperatura e do estresse no animal.
- Mantenha em dia o controle de carrapatos e demais parasitos, evitando impactos sobre o desenvolvimento dos animais.
LEIA TAMBÉM:
→ Setor do leite no Brasil adota cada vez mais práticas de bem-estar animal
→ A importância do bem-estar animal na eficiência reprodutiva
→ “Bem-estar animal, um modismo?”, por Roberto Rodrigues
Compromisso com o bem- estar animal
“São muitos os estudos que comprovam que o animal sadio e confortável, livre do estresse, produz mais e é menos oneroso para o produtor, que deixa de gastar com tratamentos medicamentosos”, diz Octaviano.
O bem–estar animal é uma tendência que vem ganhando cada vez mais atenção nos últimos anos. Em 2008, o Ministério da Agricultura e a Sociedade Mundial de Proteção Animal firmaram acordo de cooperação visando implementar melhorias no bem-estar no manejo pré-abate dos animais de produção no Brasil.
Atualmente, as indústrias adotam a política do bem-estar animal em várias linhas de atuação, programando o treinamento de toda a cadeia produtiva, englobando produtores, técnicos, transportadores e trabalhadores de frigoríficos.
Segundo Fernanda Paparotti, coordenadora de marketing da ruminantes para a cadeia leiteira, “um dos compromissos globais da Elanci, firmados no programa de responsabilidade social da companhia, é melhorar a saúde e o bem-estar de 3 bilhões de animais de produção em todo o mundo, até 2030”.
A empresa é a primeira do setor a conquistar no Brasil a certificação em bem-estar animal para produtos voltados a animais de produção (bovinos, aves e suínos) e também para animais de companhia (cães e gatos).
“Nessa linha, a companhia recebeu recentemente a chancela de Empresa Amiga do Bem-Estar Animal, concedida oficialmente pela certificadora Fair Food, que faz a auditoria de processos produtivos, administrativos e da eficácia de soluções do setor antes de creditá-las com o selo”, finaliza Fernanda.