Com o clima favorável para a proliferação de parasitas intestinais, manter a vermifugação em dia ajuda a proteger equinos de todas as idades (Foto: Ourofino/Divulgação)
As infestações parasitárias e verminoses são muito relevantes quando pensamos na saúde dos equinos, independente de ser um equino atleta, destinado ao lazer, ou se atua na lida da fazenda.
Com o clima brasileiro mais favorável para a proliferação de endo e ectoparasitas nas pastagens coincidindo com a época de férias dos equinos atletas, que em muitos casos seguem das hípicas para haras ou fazendas, é importante estar atento e proteger os animais.
A médica-veterinária gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino, fala um pouco mais sobre o assunto.
“O comportamento natural do equino já o deixa mais susceptível as infecções parasitárias, já que quase todos os parasitas gastrointestinais que afetam a espécie têm parte do seu ciclo de vida no ambiente. Estes parasitas entram em contato com a mucosa oral e nasal do cavalo e se deslocam até os órgãos do trato digestivo, onde se multiplicam”.
Animais mais jovens, incluindo potros lactentes, com o sistema imune ainda pouco desenvolvido quase não apresentam defesas naturais contra estes agentes, podendo desenvolver grandes infestações e com consequências mais graves se comparados aos animais adultos.
Quais os sintomas para ficar atento?
Com sintomas quase imperceptíveis ao início, as infestações parasitárias são responsáveis pela queda progressiva de performance dos animais sem motivo aparente, ocasionada pela competição pelos nutrientes da dieta e pela espoliação sanguínea promovida pelos parasitas.
De forma geral, as manifestações clínicas de verminose envolvem episódios de diarreia, perda de apetite, pelos secos e sem brilho, perda de peso ocasional, cólicas intermitentes e alterações na consistência das fezes.
Em casos mais severos é possível observar intensa anemia e até mesmo obstrução do intestino, quadro que demanda intervenção cirúrgica.
A forma subclínica das infestações parasitárias é a mais prevalente no rebanho equino nacional, sendo facilmente confundida com outras questões de saúde.
“Nos animais com verminose subclínica, os sinais do problema costumam aparecer após alguma condição de estresse, como a parição, transporte prolongado ou frequente, mudanças de manejo, aumento da intensidade de treinos ou mesmo alguma doença. Por isso o controle verminótico deve ser feito periodicamente, durante o ano todo”, Fernanda reforça.
Vermifugação periódica é essencial
A vermifugação periódica dos equinos é essencial para que situações severas não aconteçam, mas é importante entender que a eliminação total das possíveis fontes de contágio nas propriedades que os animais frequentam é inviável e não é desejada.
Isso porque o contato mínimo com os parasitas gastrointestinal permite que os equinos desenvolvam um certo grau de imunidade contra o agente durante a sua vida.
“O objetivo da vermifugação é sempre reduzir o máximo possível o número de parasitas colonizando os animais, para que a existência deles não prejudique a saúde e o bem-estar do cavalo, tampouco impacte o seu desempenho”, diz a especialista.
Segundo ela, o recomendado é que todos os animais da propriedade sejam vermifugados na mesma época, o que auxilia também na redução dos índices de resistência parasitária aos princípios ativos dos vermífugos utilizados.
“Quando a vermifugação é feita de forma aleatória no rebanho, a carga parasitária no ambiente não é reduzida e os animais voltam a se contaminar de forma mais frequente”, esclarece.
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Quais vermífugos usar?
Dos principais vermífugos disponíveis no mercado nacional, os princípios ativos com uma resposta mais eficaz contra as verminoses equinas são a ivermectina e o praziquantel.
A ivermectina tem um efeito maior sobre vermes adultos, promovendo sua paralisia e morte como consequência.
Já o praziquantel é um anti-helmíntico antiparasitário de amplo espectro, que atua promovendo uma excitabilidade dos helmintos devido ao aumento de cálcio intracelular dos parasitas, consequente à inibição da bomba de sódio e potássio.
Os helmintos susceptíveis a este princípio ativo se separam da mucosa intestinal e são expelidos junto com as fezes.
A associação de ivermectina e praziquantel é segura e eficiente, não apresentando restrições para equinos jovens, podendo ser aplicada em animais jovens, adultos e em éguas prenhes.
Fonte: Ceva Saúde Animal