Foodtech simplifica a cadeia de abastecimento gerando soluções de ponta a ponta com logística eficiente
No agronegócio, a trajetória dos alimentos tem sido marcada por um cenário logístico cada vez mais desafiador. Para se ter uma ideia da importância dessa cadeia de distribuição, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que foram produzidas, até setembro de 2023, mais de 318,1 milhões de toneladas de alimentos no Brasil
Sendo assim, para que os produtos cheguem até as mesas dos lares e restaurantes é preciso de um esquema logístico eficiente e moderno. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) mostram que, com mais de 1,5 milhão de estabelecimentos espalhados pelo país e um movimento estimado em R$ 220 bilhões somente no ano passado, o setor de food service é vital para a economia brasileira, mas ainda é campeão em desperdícios.
De acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o desperdício de comida em restaurantes representa cerca de 10% do total de alimentos produzidos no mundo. No Brasil, o desperdício de alimentos em restaurantes é estimado em cerca de 6 mil toneladas por ano.
“O desafio da alimentação no país está na produção em larga escala, mas também na necessidade de lidar de maneira inteligente com o desperdício crescente. Com o uso de tecnologia, podemos aprimorar a eficiência operacional na cadeia de abastecimento, reduzindo para apenas 0,8% de perda dos alimentos”, destaca Otávio Pimentel, Country Manager da Frubana.
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Cenário
Em 2022, o Brasil produziu 300 milhões de toneladas de alimentos, destacando-se na produção de soja, milho, cana-de-açúcar, carne bovina e leite. Além de ser também um dos maiores produtores de frutas, verduras e legumes.
Segundo Pimentel, a dualidade brasileira está exatamente no fato e o país ser campeão na produção e no desperdício de alimentos ao mesmo tempo. “Isso fica evidente ao analisar que das 37 milhões de toneladas de resíduos orgânicos produzidos anualmente apenas 1% é reaproveitado.”, comenta.
A logística da entrega de alimentos do campo à mesa abrange três estágios cruciais: a produção, a armazenagem e a distribuição. E é nessa jornada que estão os grandes desafios. De acordo com a FAO, as perdas e desperdícios no Brasil são estimados em cerca de 40% de todo alimento, sendo causados por fatores como danos na produção, armazenamento inadequado e problemas no transporte.
A ascensão do uso de tecnologia no agronegócio se destaca como uma resposta dinâmica a esses desafios contemporâneos. O setor tem testemunhado um crescimento no uso de soluções inovadoras para abordar questões cruciais relacionadas à produtividade, à sustentabilidade e à segurança alimentar.
Segundo um estudo da consultoria McKinsey, o Brasil também é o campeão global em investimentos tecnológicos no agronegócio, com aproximadamente US$ 10 bilhões nesse segmento somente em 2023.
“Essa iniciativa evidencia o compromisso do país em impulsionar a eficiência, a inovação e a sustentabilidade em sua produção agrícola, contribuindo para a construção de uma base sólida para o futuro. Somente por meio de uma abordagem tecnológica é possível oferecer uma resposta à altura para essesdesafios”, destaca Pimentel.
Aporte tecnológico
Ao utilizar Inteligência Artificial (IA) para otimizar rotas de transporte, prever a demanda e reduzir as perdas, o uso da tecnologia tem se mostrado vantajoso para as duas pontas do negócio. Enquanto a Internet das Coisas (IoT) monitora as condições de armazenamento e o deslocamento, a robótica é usada para automatizar tarefas, desde a colheita até o empacotamento.
A estratégia vai de acordo com o último relatório da FAO, segundo o qual o uso de inteligência artificial para identificar alimentos excedentes pode reduzir o desperdício em até 70%.
O setor de food service tem um papel vital na economia, e é nesse contexto que a eficiência logística se torna imperativa. A revolução tecnológica não está apenas em levar os alimentos até as mesas, mas também criar um futuro mais sustentável para a indústria alimentícia.