O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Fundo Verde do Clima (GCF, sigla em inglês) anunciaram em janeiro de 2022 uma parceria que pretende destinar US$ 100 milhões para projetos que ajudem na redução das emissões do gás metano da pecuária nas Américas. O Brasil poderá ser um dos principais beneficiários desses recursos.
Junto com outros 100 países, o Brasil é signatário do compromisso global de redução de 30% nas emissões de metano. O documento foi assinado durante a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP-26, realizada no ano passado.
O país é um dos cinco maiores emissores de metano do planeta, ao lado dos Estados Unidos, China, Rússia e Índia. Segundo o Observatório do Clima, no caso brasileiro, 71% das emissões desse gás são provenientes da pecuária.
Aposta na tecnologia
Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Fernando Camargo, esta parceria entre o Fundo Verde do Clima e o IICA é de extrema importância, pois se vislumbra o financiamento e recursos para o aprimoramento da pesquisa e outras tecnologias de inovação.
“A redução do rebanho não é uma opção, o que se acredita é que com muita tecnologia e inovação nós vamos conseguir reduzir, e já há estudos para isso, a emissão de metano”, afirma o secretário.
Ele acredita que a criação de gado em sistemas integrados permitindo que as emissões da pecuária sejam absorvidas pela lavoura e pela floresta que coexistem no sistema produtivo. Essa é uma das tecnologias do Plano ABC+, que promove práticas para uma agropecuária de baixa emissão de carbono com meta de redução de mais de 1 bilhão de toneladas até 2030.
Entre as estratégias que já são utilizadas para reduzir a emissão de metano na pecuária brasileira estão o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais e o melhoramento genético dos animais, permitindo o abate precoce e, assim, a redução da emissão desses gases. Também está em estudo a utilização de aditivos que podem ser agregados na alimentação animal, com substâncias como algas, taninos e óleos essenciais.