Cadeia produtiva e de comercialização da fruta injeta R$ 2,5 bilhões anuais na economia catarinense
Maior produtor nacional de maçã, Santa Catarina espera uma safra com frutas de excelente qualidade e sabor, estimada em 570,8 mil toneladas, mais da metade de tudo o que é produzido no país, em 15,3 mil hectares plantados. O estado conta com aproximadamente três mil produtores, basicamente agricultores familiares na região de São Joaquim e Fraiburgo. Em Santa Catarina, as principais variedades produzidas são Gala e Fuji.
Em valores brutos da produção, a maçã contribui com cerca de 50% da fruticultura estadual, com um total de R$ 570 milhões. Para a armazenagem, distribuição e comercialização em mercados atacadista e de varejo, há o envolvimento de outros serviços, que ampliam os negócios da cadeia produtiva e de comercialização de maçã para mais de R$ 2,5 bilhões anuais na economia catarinense.
Segundo o diretor executivo Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque, este ano, o clima contribuiu para uma safra diferenciada e os produtores irão recuperar os patamares históricos de produção. “Graças ao clima favorável para formação de frutos de excelente qualidade, nessa safra teremos frutas saborosas, crocantes, suculentas, coloridas e aromáticas, da forma que os consumidores gostam”, avaliou.
IG da Maçã Fuji
A Maçã Fuji da Região de São Joaquim foi a sexta Indicação Geográfica (IG) conquistada por Santa Catarina. A certificação, na categoria de Denominação de Origem (DO), abrange uma área de 4.928 km² nos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel.
A IG atesta que um produto só tem aquelas características porque é produzido de determinada forma, ou porque tem notoriedade na produção. A Denominação de Origem parte do pressuposto de que as características geográficas (naturais e humanas) a região determinam a singularidade e a qualidade do produto.
Diferencial
Santa Catarina é a única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella, praga também conhecida como traça da maçã, que pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território catarinense há cerca de 10 anos.
A Cydia pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e produtores rurais.
A abertura de mercados é apenas um dos resultados obtidos após a erradicação da praga, pois a qualidade geral dos frutos também é preservada, uma vez que não é necessário o uso de inseticidas para o controle da doença nos pomares.
Começo da colheita
A abertura oficial da colheita aconteceu no dia 10 de fevereiro, em Fraiburgo, e contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Valdir Colatto.
“Vamos trabalhar para desatar os nós, diminuir a burocracia, ajudar e incentivar o produtor rural. Temos os agricultores mais eficientes do mundo, com o trabalho da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Cidasc, das cooperativas e da iniciativa privada”, disse ele.
“Precisamos agora resolver os problemas além das porteiras, ou seja, temos que levar os mesmos benefícios que há a área urbana para o meio rural, como acesso à internet, energia trifásica, boas estradas e melhores condições de renda”, destacou Colatto.