Estado abate, anualmente, cerca de 70 mil cabeças de gado com a certificação, o equivalente a 7% dos abates totais do Pantanal
O Governo do Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) está ampliando parcerias para o desenvolvimento da pecuária sustentável do Pantanal. O objetivo é divulgar a sustentabilidade da carne pantaneira, o diferencial da sua produção e conquistar mercados consumidores cada vez mais exigentes, para melhorar a remuneração para os produtores.
Atualmente, no Estado são abatidas aproximadamente 70 mil cabeças de gado por ano com a certificação de sustentável, o equivalente a 7% dos abates anuais no Pantanal.
Para ser considerada sustentável, além da identificação, desde o nascimento, indicando quem é a mãe, o boi não pode ser alimentado com rações que contenham agrotóxicos (milho, soja, sorgo) nem receber antibióticos. O tratamento preventivo só pode ser feito com homeopatia e fitoterapia e o rebanho deve ser criado em áreas sem desmatamento ilegal.
Para discutir ações para alavancar ainda mais o projeto de carne de produção sustentável e orgânica do Pantanal, dia 10 deste mês foi realizada reunião pelo secretário da Semadesc, Jaime Verruck, com o presidente da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável, Eduardo Cruzetta. Também participaram do encontro o secretário executivo de desenvolvimento sustentável Rogério Beretta, o secretário executivo de Ciência e Tecnologia, Ricardo Senna, e o coordenador na área ambiental Pedro Neto.
“Desde que o Governo do Estado estabeleceu incentivos fiscais para produção da carne sustentável, se criou um novo ecossistema de produção viabilizando a pecuária pantaneira. Hoje são mais de 90 produtores envolvidos”, disse Verruck. “Com os incentivos, Mato Grosso do Sul conseguiu consolidar o projeto carne orgânica e sustentável.”
Estratégias
Na reunião ainda foram debatidas estratégias para consolidar a carne do Pantanal como um produto diferenciado de maior valor agregado. “A ideia é realizar um trabalho de divulgação, para que consumidores reconheçam os valores da carne e possamos obter melhor remuneração aos produtores”, explicou Verruck. “Já definimos na reunião a realização do Pantanal Meat Fashion, em Campo Grande.”
Outra estratégia para ampliar a abrangência da carne pantaneira será a Indicação Geográfica (IG). A Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável começou um trabalho nesse sentido e vai fazer o registrar no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Outra medida definida foi a ampliação da linha da pesquisa desenvolvimento de pastagens nativas e de projetos de pesquisa na área do carbono neutro.