No departamento de serviços administrativos está uma das principais carências por tecnologias de automação na agricultura
O Brasil, com 213 milhões de habitantes, é conhecido como celeiro do mundo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o agronegócio brasileiro alimenta, por ano, 800 milhões de pessoas, utilizando apenas 7% do seu território. Isso quer dizer que, se aumentar a produtividade, o país tem condições de alimenta 7 bilhões de indivíduos, sem comprometer o abastecimento interno.
Para que isso se torne uma realidade, é fundamental o uso de tecnologias de automação e hiperautomação das atividades agropecuárias. A Embrapa define a automação no agronegócio “como um sistema no qual os processos operacionais de produção agrícola, pecuária e/ou florestal são monitorados, controlados e executados por meio de máquinas e ou dispositivos mecânicos, eletrônicos ou computacionais, ampliando assim a capacidade de trabalho humano”.
Da semente à mesa, a agricultura inteligente, com alta tecnologia, é a aposta para mais eficiência e menos perdas, com respostas automáticas para os processos, segundo Emauri Gaspar, Co-Founder da Run2biz, empresa especializada na modernização dos fluxos de trabalho. “Robotizar para evoluir na produção e rendimento agrícola está se tornando um movimento tão impetuoso que daqui a alguns anos não será mais possível trabalhar sem ele”, explica.
Hiperautomação
Como explica, por meio da hiperautomação, fertilizantes são aplicados na medida certa, sem desperdício. “Frutas, legumes e hortaliças são colhidos com pinças mecânicas, sem a necessidade do manuseio humano”, diz.
Nesse sentido, ele também cita a ordenha automática nas fazendas leiteiras e dietas para bovinos, os sistemas de irrigação inteligentes, as sementes que são arremessadas na terra no tempo apropriado, o monitoramento por drones de cada centímetro da plantação com reconhecimento proativo de quaisquer ameaças.
Gaspar afirma que todas essas operações são exemplos da automação das atividades agrícolas, “uma realidade em sítios e fazendas de todo o mundo nos processos de cultivo, colheita e transporte dos mais variados itens”.
Conforme pesquisa recente da Salesforce, organização americana de software on demand, 91% das empresas desejam automatizar seus processos. “A carência em relação às tecnologias de automação de negócios é mais alta nos departamentos de serviços administrativos e pesquisa, em que, respectivamente, 38% e 39% desses setores consideram a inteligência artificial como vital para o desenvolvimento do negócio”, relata Gaspar.
“Neste sentido, o Agro 4.0 é capaz de garantir que as operações do campo sejam mais eficazes, além de promover uma visão tangível das diferentes áreas da produção no pequeno, médio e longo prazo”, arremata.