Documento oferece um pacote tecnológico básico que habilitará o maricultor catarinense a iniciar as produções em larga escala
Está disponível para livre download a publicação Cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii em Santa Catarina, editada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O documento oferece um pacote tecnológico básico, com importantes informações que habilitarão o maricultor catarinense a iniciar as produções de larga escala, contribuindo para o sucesso e a consolidação desta nova atividade.
“A demanda do setor produtivo por novas espécies vem pautando o trabalho em aquicultura da Epagri e da UFSC há pelo menos duas décadas”, afirma o pesquisador da Epagri Alex Alves do Santos, autor da publicação junto com a professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Leila Hayashi.
Segundo Santos, a macroalga serve para produção de biofertilizante e da carragenana, um espessante utilizado nas indústrias química e alimentícia. Também é utilizada na gastronomia, na alimentação animal e como suplemento alimentar. “Outra vantagem é que pode ser cultivada em conjunto com mariscos e ostras, cujas cadeias produtivas já são consolidadas em Santa Catarina”, completa.
Estudos
Foram 11 anos de estudos da Epagri e UFSC para comprovar que o cultivo da macroalga não traz riscos ambientais e é viável no litoral catarinense. Em 2020 o Estado obteve autorização ambiental para o cultivo comercial do vegetal que responde pelo segundo maior volume de produção na aquicultura mundial. A produção nacional ainda é insignificante e, por isso, o cultivo carece de informações, uma das lacunas que a publicação da Epagri busca suprir.
O documento apresenta dois sistemas de cultivo, o tradicional e o desenvolvido pela Epagri e pela UFSC, fornecendo informações ao produtor que possibilitarão avaliar qual se adapta melhor às características ambientais da fazenda marinha, de situação econômica e de mão de obra. A obra traz ainda informações sobre legislação, infraestrutura necessária, mudas, produtividade, entre outras.
Produção
A macroalga já vem sendo produzida em escala comercial em Florianópolis e Palhoça. Raulino de Souza Filho, sócio da maior produtora de marisco do Brasil, investiu em maquinário e montou estrutura em Palhoça para produzir o extrato de alga, matéria-prima de biofertilizante. Trabalhando ainda de forma experimental, sem pretensões comerciais, ele conseguiu produzir no ano passado 36 mil litros do extrato. Seu objetivo é transformar a sua empresa, a Verde Água, na maior produtora de biofertilizante de macroalga do país.
A macroalga é nativa de regiões tropicais do continente asiático, como Indonésia e Filipinas, que são os maiores produtores mundiais. Por ser de clima mais quente, ela não consegue se reproduzir sozinha no Brasil, onde a sua propagação é vegetativa. Isso representa uma importante segurança ambiental, pois garante que a espécie exótica não vai se reproduzir descontroladamente.
No Brasil, os plantios e replantios são realizados com pequenos ramos retirados do vegetal. Os ramos rebrotam e crescem em ciclos que variam de 30 a 60 dias, dependendo da época do ano. No verão, os ciclos são menores e vão aumentando à medida que esfria. Para fazer download da publicação, clique em: https://publicacoes.epagri.sc.gov.br/SP/article/view/1533/1361