Pragas diversas podem comprometer a cultura se o manejo, o preparo de solo e a prevenção não forem realizados corretamente e na hora certa
Com a chegada do inverno as principais regiões produtoras de tomate do País enfrentram um período de seca, entre julho e agosto. Com esse cenário, o agricultor deve ter cuidados redobrados com as traças-do-tomateiro ou Tuta absoluta (Meyrick); mosca-branca, Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B e ácaros.
O consultor técnico da Mogiana Tecno Agro, revenda de produtos agrícola e consultoria agronômica que atua em fazendas de Minas Gerais e interior de São Paulo, João Henrique Dias, afirma que essas pragas podem causar prejuízos enormes, com perda de frutos e má qualidade deles, caso não sejam controladas.
Traça
Em relação à traça-do-tomateiro, Dias informa que essa praga ataca desde as folhas até os frutos, exigindo muita atenção ao menor sinal da sua presença. “Os cuidados nesse caso são aplicações preventivas, com atenção ao período de carência dos ativos para ter um produto zero resíduos, exigência dos órgãos regulatórios e de fiscalização tanto no Brasil, quanto no exterior”, orienta.
Segundo o consultor técnico, houve casos em lavouras, com alto ataque de traças, de não haver colheita. “São casos extremos, mas acontecem”, analisa e acrescenta que também é comum a traça riscar o fruto e assim comprometer o seu valor de mercado.
“Se uma caixa de tomate seria vendida a R$100,00, com esses ataques, passa a valer R$ 30,00, além disso, há desfolha e, com isso, impacto na capacidade de fotossíntese da planta, alterando desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da mesma”, argumenta acrescenta: Outros problemas
Mosca-branca
A mosca-branca é outra vilã do tomateiro e pode provocar enormes perdas na produção. De acordo com Dias, os danos diretos são o ataque aos frutos, com liberação de excrementos com alta concentração de açucares, o que favorece o aparecimento de estruturas escuras de fungos (fumagina).
“Além disso, os tomates têm amadurecimento desigual e ficam com a parte interna parecendo um isopor, o que os deixam impróprios para o comércio”, explica. “Há ainda danos indiretos, pois pode transmitir dois tipos de vírus à planta, os geminivírus e os crinivírus”, menciona.
Por isso, o produtor deve ter atenção especial com todos os estágios de desenvolvimento da praga, ovo, ninfa e adulto, fazendo aplicações de controle semanais assim que identificada a presença dos insetos na área. “A mosca-branca pode causar virose em plantas mais novas a e, nas adultas, já em fase de colheita, danos aos frutos, manchando-os, o que significa perda valor de mercado”, ressalta. “Nas plantas novas, se tiver problema de virose, a produção pode cair de 30% a 40%”, alerta.
Outra preocupação é com o ácaro, que causa no tomateiro o amarelando das folhas, perdendo a capacidade de fotossíntese e assim diminuindo a produção principalmente da ponteira da planta, interferindo na qualidade de fruto e até produção total por área, estimada em redução de 5% a 10%. “Para se evitar tudo isso é preciso acompanhamento semanal, com verificação visual, já que ácaro não tem prevenção”, reforça o consultor.
Nutrição das plantas
O engenheiro agrônomo na DVA Agro, Jairo Augusto de Oliveira, informa que além do manejo fitossanitário é preciso cuidados com o solo e a nutrição das plantas para passar períodos de estresse como o da estiagem. Segundo ele, um bom enraizamento ajuda bastante os tomateiros nos próximos meses.
“Uma recomendação é utilizar produtos como os bioativadores de desenvolvimento radicular, biocarreadores para melhor aproveitamento dos nutrientes no solo, e, assim, ter plantas bem nutridas, estimuladas quanto à capacidade fotossintética e mais equilibradas, e que sofrerão menos com ataques de pragas e doenças”, explica Oliveira.