Resíduos sucroenergéticos produziram 25,4 mil GWh, o equivalente a 4% do consumo anual de energia elétrica do País
A geração de bioeletricidade para a rede do País, em 2021, proveniente de resíduos sucroenergéticos, biogás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante, casca de arroz, alcançou 25,4 mil gigawatt-hora (GWh). Esse número faz parte de levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a partir de dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e representa 4% da geração total produzida no Brasil, sem considerar a produção para o autoconsumo.
De acordo com o levantamento, a geração, pelo setor sucroenergético, equivale a 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede em 2021, seguida pelo licor negro (subproduto da indústria de papel e celulose) com 11,9%, e pelo biogás com 4,5%.
No ano passado o setor sucroenergético produziu 20,2 mil GWh para a rede (uma redução de 10,6% em relação 2020), o suficiente para a atender 10,2 milhões de residências no ano passado.
Cenário
A bioeletricidade ofertada pelo setor é uma geração estratégica para o País. Em 2021, foi equivalente a 4% do consumo anual de energia elétrica, a 30% da geração de energia elétrica pela Usina Itaipu em 2021, a 63% da geração pela Usina Belo Monte ou a 31% de toda a geração termelétrica a gás.
De acordo com o gerente de Bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza, num ano em que o setor elétrico brasileiro vivenciou a pior crise hidrológica, desde 1930, a energia da biomassa da cana poupou 14% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico.
“Dos 20.202 GWh gerados para a rede em 2021, 85% foram ofertados entre maio e novembro, período mais seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. Se consideramos de abril a novembro, o indicador sobe para 96%”, relata Souza.
“Vale ainda lembrar que a geração da biomassa da cana reduziu as emissões de CO2 estimadas em 7 milhões toneladas, marca que somente seria atingida com o cultivo de 49 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, acrescenta.
Acumulado de 10 anos
De acordo com o levantamento, nos últimos 10 anos, de 2012 a 2021, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 196.867 GWh. Esse número seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por mais de 3 dias, da União Europeia por 25 dias, da China por 13 dias, dos Estados Unidos por 18 dias, do Reino Unido por 232 dias, e da Argentina por quase 1 ano e 8 meses.