Em vigor desde o final de 2009, as novas Regras para Análise de Sementes foram implementadas e vêm desempenhando um importante papel ao prescrever os procedimentos de análise de sementes, envolvendo amostragem, pureza física e varietal, germinação, patologia, tetrazólio e grau de umidade, entre outros testes de qualidade.
“A publicação das Regras promoveu o alinhamento à ISTA, organismo internacional de referência em análise de sementes, o que facilitou o comércio internacional e abriu a possibilidade de novos mercados para o Brasil”, destaca a engenheira agrônoma Leda Mendonça, técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A última versão havia sido elaborada em 1992 e a atualização foi necessária para adequar a legislação brasileira à resolução do MERCOSUL, que determina que as regras de análise de sementes sigam as recomendações da International Seed Testing Association – ISTA.
Profissionalização do setor
A atualização das Regras foi bem recebida na época pelos laboratórios de controle de qualidade de sementes. Para o representante de laboratório Márcio Naves, mais do que a padronização internacional, as novas regras têm implicações diretas para a profissionalização do setor. “São procedimentos que exigem investimentos para a modernização de equipamentos e para a atualização dos profissionais. Não há mais espaço para aventureiros”, avalia. Na sua visão, os principais avanços ocorreram na questão de fitopatologia, onde as rotinas de controle de qualidade serão mais rigorosas.
Para Gisela Introvini, outra representante de laboratório, as regras representam um avanço importante, mas ainda precisam ser aprimoradas. “Alguns outros cuidados precisam ser levados em consideração, como a questão das espécies consideradas nocivas, que devem contemplar as particularidades de cada região, como no caso da soja e o caupi na região do Maranhão. Além disso, há questões que ainda precisam ser incorporadas, como os padrões para controle de qualidade de organismos geneticamente modificados e a questão do teste de vigor, que hoje é muito usado para o cálculo de plantabilidade em agricultura de precisão”, avalia.
A maioria dos capítulos passou por mudanças significativas, incorporando avanços tecnológicos em análise de sementes. “As novas Regras foram apresentadas de forma clara e objetiva, refletindo a experiência dos grupos de trabalho”, explica a agrônoma. Também foram incluídos dois anexos que disponibilizam e detalham informações essenciais à correta execução das análises: o Glossário Ilustrado de Morfologia de Sementes e o Manual de Análise Sanitária de Sementes. De acordo com Leda Mendonça, o processo de atualização teve início em 2004, com a formação de grupos de trabalho e a seleção de coordenadores técnicos, o que mobilizou uma equipe de mais de 50 profissionais. “Os grupos trabalharam para incorporar as metodologias da ISTA, preservando as peculiaridades e os avanços nacionais em análise de sementes, considerando também a legislação vigente”, explica a técnica do MAPA.