Diferente de cães e gatos, esses animais são mais sensíveis e precisam de cuidados especiais, além de local e alimentação específicos para viver.
Já foi a época em que animais de estimação eram apenas cães e gatos. Hoje em dia, pessoas terem araras, papagaios, periquitos, calopsitas, cobras, lagartos, porcos-da-Índia, furões e tartarugas em casa são situações cada vez mais comuns. Mas antes de ter esse tipo de bichinho como pet, o tutor deve saber sobre a necessidade de obter uma permissão do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para adquirir certos animais mais exóticos e ainda verificar as especificações, atenções e cuidados que cada espécie requer.
Para orientar quem tem interesse por algum destes animais, o médico veterinário Eros Luiz de Sousa, diretor do Zoológico de Curitiba (PR), selecionou algumas dicas importantes e essenciais para que o pet exótico se desenvolva, cresça com saúde e tenha plena qualidade de vida, mesmo fora de seu habitat natural.
Alimentação natural
Um dos principais cuidados, que exige atenção redobrada, está relacionado à alimentação diária deste tipo de pet, que deve ser a mais próxima possível da encontrada na natureza.
“No mercado, já existem rações adequadas, que trazem nutrientes essenciais para a alimentação de animais exóticos. Caso o dono não encontre uma alimentação especial, é possível adaptar rações tradicionais”, informa o especialista.
Ele cita um exemplo: “O furão é um animal onívoro, que come de tudo, e é possível oferecer ração de gato, por exemplo, a este roedor. Além disso, o bichinho também pode ser alimentado com frutas – como maçã, pera e melancia –, para complementar a dieta no dia a dia. Além de uma alimentação adequada, o furão só necessita de uma gaiola com água e comida, uma rede para dormir e brinquedos para se divertir”.
Convivência e estilo de vida
Quem já possui um animal de estimação e está pensando em adotar um novo, porém exótico, deve pensar na compatibilidade de convivência dos pets em uma mesma casa. É importante verificar onde os animais ficarão instalados e até mesmo se podem ser presas e/ou caçadores entre eles.
Segundo Sousa, é fundamental planejar tudo detalhadamente, antes de fazer esta escolha.
“Geralmente, a pessoa não avalia as condições do local onde o bichinho ficará ou como será a adaptação com os outros pets da casa. Por isso, o índice de abandono deste tipo de animal é alto e, na maioria das vezes, eles não conseguem se readaptar ao convívio em seu habitat natural, pois já foram criados em ambientes fechados ou em cativeiros”, comenta o veterinário.
O especialista ressalta que, “além disso, sua soltura de volta à natureza pode gerar um desequilíbrio em nosso meio ambiente, pois o animal acaba competindo e até predando os animais nativos”. De acordo com Sousa, é sempre importante conhecer e estudar o estilo de vida do animal, antes de adotá-lo ou comprá-lo, para evitar surpresas no meio do caminho.
Tutor deve adaptar a casa ou apartamento ao pet exótico.
“Alguns animais oriundos da Amazônia, como os pássaros, são mais sensíveis às mudanças de clima, pois costumam viver em temperaturas acima de 35°C e em ambiente muito úmido. Se a pessoa mora em uma região mais fria, é recomendável que adapte o local onde o pet irá ficar, para que ele sinta o menor impacto possível desta mudança. Por isso, é preciso ter sempre atenção redobrada com os animais exóticos”, reforça.
Ambiente
Também é fundamental manter o ambiente sempre limpo, verificando as necessidades de cada espécie.
“Répteis, por exemplo, não possuem a temperatura do corpo como os humanos. Eles precisam de luz e calor, assim como sombra e água para se refrescarem. Por isso, é necessário que os terrários sejam equipados com dois tipos diferentes de luz: a infravermelha para o aquecimento e a ultravioleta, que fará o papel da luz solar, importante para seu desenvolvimento. Essa luz deve ser desligada no período noturno, para respeitar o ritmo circadiano do animal”, orienta o diretor do zoológico de Curitiba.
Se o pet for um roedor, a orientação é forrar a gaiola com serragem, limpá-la duas vezes por semana e ficar atento para que não tenha corrente de vento onde o animal ficará, pois tratam-se de espécies mais sensíveis, que adoecem com mais facilidade.
Vacinas
Outro ponto importante é o controle de vacinas e as consultas ao médico veterinário ou zootecnista especialista neste tipo de pet. O ideal, conforme Sousa, é visitar um profissional de confiança, uma vez por mês, para fazer exames e procedimentos de rotina e verificar se o bichinho está bem adaptado ao novo lar.
O especialista diz que estes cuidados devem ser constantes, pois ajudam a mantê-los ainda mais saudáveis: “Como os animais exóticos carecem de cuidados especiais, recomendamos que os donos sempre fiquem atentos ao comportamento de cada um e, se houver qualquer alteração, procure imediatamente o veterinário”, orienta.
Fonte: DrogaVET