Porém, a qualidade da produção depende de proteção fitossanitária no campo
Com uma produção anual de 20 milhões de toneladas de laranja, limão e tangerina, o Brasil é o maior produtor de frutas cítricas do mundo, com 25% de total global. Entretanto, essas culturas se desenvolvem em constante risco sanitário, decorrente da infestação de insetos e de ácaros, além da incidência de fungos e de plantas daninhas.
Alguns destes problemas podem causar até 85% de perda nos pomares, de acordo com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Julio Garcia. “Seis em cada dez copos do suco de laranja consumidos no planeta são da fruta brasileira”, afirma. “Além de maior exportador global de laranja, o Brasil uma potência no cultivo de citros como limão e tangerina.”
A área ocupada pelos citros totaliza 592,8 mil hectares de laranja, 56,7 mil de limão e 52,9 mil de tangerina. A produção gera uma receita anual de R$ 12,1 bilhões para os agricultores. São Paulo é o maior produtor, com 78% da colheita de laranja, 74% de limão e 34% de tangerina, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Mas a incidência de pragas e doenças, como a mancha preta, pode causar prejuízos superiores a R$ 10 bilhões por ano. O risco é constante e precisa ser controlado”, alerta o presidente do Sindiveg, com base em dados do IBGE.
As ameaças
Um importante problema fitossanitário é o psílideo (Diaphorina citri), vetor de bactérias do grupo Candidatus Liberibacter, causadoras do greening, doença sem cura e que pode ser ‘transmitida’ de uma árvore para outra. “Os ácaros da falsa ferrugem e da leprose também assustam os produtores e causam prejuízos de 20% a 100% se não houver o tratamento adequado”, diz Garcia.
Já a mancha preta, causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa, pode impactar a maturação e provocar queda prematura dos frutos. Outro perigo é o Colletotrichum acutatum, que ocasiona a podridão floral que produz lesões e mantém os cálices das flores nos ramos das árvores por até 18 meses. “Estima-se que seis frutos sejam perdidos a cada 100 cálices retidos”, afirma o dirigente.
A solução para essas ameaças à produção das frutas cítricas e à própria sociedade é proteger os pomares. “Temos recursos modernos para controlar pragas, doenças e daninhas, que se espalham facilmente devido ao clima tropical e podem criar resistência”, salienta a diretora executiva do Sindiveg, Eliane Kay.
Ela lembra que os defensivos, usados de forma correta e segura, protegem os citros sem causar prejuízo à qualidade dos cultivos e à segurança das frutas oferecidas à população. “As soluções são testadas e submetidas a um rigoroso processo de avaliação, que leva em média 5 anos até a liberação para uso”, arremata Eliane.
O Sindiveg disponibiliza, de forma gratuita, uma plataforma de ensino à distância (com certificado) para os interessados em conhecer melhor o universo dos defensivos agrícolas. Basta se inscrever no site www.sindiveg.org.br/cursos.