Enfrentando perdas de 10 a 50% com a seca, dependendo da região e da época de plantio, o setor sucroalcooleiro pode ter uma alternativa com as primeiras plantas transgênicas. Desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a planta tem grande potencial para aumentar a produção física de cana e de seus derivados, como o etanol.
De forma geral, as áreas de expansão da cana têm como características solos com baixa fertilidade, altas temperaturas e baixa precipitação pluviométrica. Atualmente, ainda não existe variedade de cana-de-açúcar transgênica comercial. As mudas foram selecionadas em laboratório, e já estão em estágio de multiplicação in vitro. Posteriormente, elas serão avaliadas na “casa de vegetação”, estufas usadas na produção de plantas para fins comerciais ou de pesquisa. Até maio de 2012 serão avaliadas as características de tolerância à seca, e as plantas que apresentarem melhor desempenho poderão ter testes de campo, mediante aprovação do Comitê Técnico Nacional de Biossegurança (CTNBio).
As pesquisas com transgenia em cana-de-açúcar vêm sendo desenvolvidas, desde 2008, sob a coordenação do pesquisador Hugo Bruno Correa Molinari, da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF). O trabalho tem apoio dos laboratórios da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia da mesma cidade, que possuem características exigidas pelo CTNBio para estudos com organismos geneticamente modificados. A pesquisa também tem o apoio da Japan Internacional Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), empresa de pesquisa vinculada ao governo japonês.