Tecnologia também ajuda antecipar possíveis riscos de doenças no pós-parto
O sistema de monitoramento automatizado de vacas permite identificar com precisão o cio natural, facilitando o planejamento do momento exato da inseminação. A tecnologia também ajuda detectar possíveis riscos de doenças no pós-parto, a partir de uma nota de alerta de saúde, que indica se o animal precisa de cuidados.
Para chegar a essa nota, que varia de zero a 100, o sensor responde a uma série de perguntas sobre o animal.“Quando o sistema aponta o cio, planejamos o momento da inseminação. Os resultados têm sido assertivos, tanto na taxa de serviço quanto na taxa de concepção”, afirma Anna Luiza Belli, coordenadora de Território e Responsável de Monitoramento da MSD Saúde Animal Intelligence, detentora da marca Allflex, que desenvolve soluções para identificação, monitoramento e rastreabilidade de animais.
Segundo Anna Luiza, o sistema de monitoramento automatizado por brinco ou colar não realiza o diagnóstico da doença específica do animal. “De uma forma geral, a maior parte dos alertas acontece no dia do parto em diante, que é quando se detecta os principais problemas. Mas dependendo da situação, o animal pode apresentar alterações ainda antes do parto”, afirma. “Desta forma, a avaliação no pré-parto vai indicar se o animal vai precisar de cuidados no pós-parto.”
Nesse sentido, ela explica que quando o animal vai apresentar algum problema como cetose, metrite ou a própria mastite, o dispositivo muitas vezes mostra que a ruminação caiu alguns dias antes de enxergamos os sinais clínicos. “Essa é a ideia do sistema, indicar com antecedência que aquele animal precisa de atenção”, afirma Anna Luiza, acrescentando que o ponto forte da tecnologia é a precocidade com que as possíveis doenças podem ser detectadas a partir da ruminação. “Isso porque praticamente tudo o que acontece com o animal afeta esse comportamento.”
Mão de obra
A executiva considera a tecnologia uma aliada da mão de obra da fazenda. “A ideia é exatamente a de ser uma ferramenta de apoio ao sanitarista, que está todo dia na lida, para encontrar o animal mais rapidamente e evitar, por exemplo, que essa vaca saia do leite”, explica. “Detectando precocemente o que acontece com o animal, é possível fazer um tratamento suporte com anti-inflamatório ou um soro oral, sem precisar necessariamente de um antibiótico, segurando, por exemplo, o descarte de leite.”
Além da tecnologia, Anna Luiz acrescenta que grande parte dos problemas com o bem-estar animal ocorrem por falta de prevenção e da construção da resiliência do sistema aos fatores estressantes. Ela afirma ainda que o tamanho da fazenda não interfere na aquisição da tecnologia, que é usada desde os produtores com 30 colares até os que possuem 2 mil sensores. “Atendemos a todo o tipo de produtor no Brasil”.