A bebida pode remunerar até 50% a mais em relação ao produto convencional, cujo valor pago é de R$ 0,80 por litro, enquanto com o orgânico o produtor pode ser remunerado com até R$ 1,20 por litro
A produção de leite orgânico registrada em 2010 chegou a quase 5,5 milhões de litros, o equivalente a 1% do comércio total do produto. Produzido em sistema diferente do processo habitual, representa uma fonte de renda alternativa para o agricultor, a preços atrativos.
“A mudança do sistema produtivo pode ser bastante positiva, já que estudos mostram que o leite orgânico é valorizado no mercado e o preço chega a ser 50% maior do que o convencional em algumas regiões”, explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), João Paulo Guimarães Soares, zootecnista da unidade Cerrados da Embrapa, no Rio de Janeiro.
A produção de leite no sistema orgânico ainda é em pequena escala (a média diária varia entre oito e dez litros). Isso acontece porque existem poucos produtores certificados no Brasil adequados à Lei 10.831 e à Instrução Normativa nº 64 do Ministério da Agricultura. Os custos de produção são menores, pois o produtor usa menos insumos. Esse sistema evita a utilização de máquinas agrícolas, trabalha com plantio direto e compostos orgânicos, porém, exige mão-de-obra maior e mais qualificada.
Para adotar o sistema orgânico de produção é necessário ter, no mínimo, um período de 12 meses de manejo sustentável necessário para a conversão, principalmente das pastagens. Somente depois desse período o produto é considerado orgânico.