Embrapa estuda estratégias de controle alternativo de doenças na pós-colheita de frutas evitando resíduos químicos
A Embrapa Meio Ambiente estuda estratégias de controle alternativo de doenças na pós-colheita de frutas, evitando resíduos químicos, principalmente das frutas produzidas na Caatinga, que são, na maioria, exportadas para várias partes do mundo. O projeto foi desenvolvido na Embrapa Semiárido, unidade localizada em Petrolina, PE.
Conforme o pesquisador Daniel Terao, coordenador do trabalho, a pesquisa está focada na área de patologia pós-colheita, verificando as alternativas de controle de doenças pós-colheita de frutas. “Em lugar de fungicidas, estamos trabalhando na utilização de tecnologias limpas, que não deixem resíduos tóxicos”, explica.
Contaminação química
Para Terao, “hoje em dia, são usados agrotóxicos no tratamento pós-colheita de frutas de forma indiscriminada e, muitas vezes, empírica. Com o agravante, em alguns casos, o uso de produtos não registrados para a cultura, provocando a contaminação química da fruta, colocando em risco a saúde da população. Além disso, pode ocasionar o aparecimento de raças resistentes de fitopatógenos, tornando o seu controle cada vez mais ineficiente”, alerta o pesquisador.
Os consumidores estão mais conscientes e exigentes e o mercado internacional vem restringindo, cada vez mais, o Limite Máximo de Resíduos (LMR), impondo monitoramento rigoroso e barreiras não alfandegárias à comercialização das frutas brasileiras. A redução, ou mesmo a eliminação, de resíduos de agrotóxicos no controle das doenças pós-colheita, tornou-se um imperativo econômico – e não apenas uma opção – além de um grande desafio. O objetivo das empresas que trabalham na área de pesquisa é atender a essa demanda crescente e urgente por tecnologias naturais, limpas e seguras para o tratamento pós-colheita de frutas, visando ao controle de podridões, sem deixar resíduos tóxicos.
Benefícios
A tecnologia gerada nessa pesquisa da Embrapa Meio Ambiente, unidade localizada em Jaguariúna-SP, trará benefícios diretos aos produtores e também para empresas exportadoras, além de incrementar todas as atividades ligadas à cadeia produtiva de frutas.
Além disso, possibilitará a produção de manga livre de contaminantes químicos, beneficiando diretamente a saúde da população, e repercutirá favoravelmente ao meio ambiente, uma vez que diminuirá a contaminação de águas superficiais e subterrâneas, solo e atmosfera.
Os resultados foram obtidos no recém-concluído Projeto Integração de Estratégias de Controle de Podridões Pós-colheita em Frutas, visando garantir a redução de contaminantes químicos. Liderado pela Embrapa Semiárido, envolveu diversas unidades da Embrapa e outras instituições de pesquisa.
“Obtivemos resultados positivos e bastante promissores nos diferentes métodos de controle: cultural, físico, biológico, fisiológico e outros métodos alternativos, e pudemos apresentar novos modelos tecnológicos de tratamento pós-colheita de frutas, pela integração daqueles métodos mais promissores para cada cultura, evitando os impactos negativos dos fungicidas e, consequentemente, os resíduos tóxicos”, conclui Terao.