Uma vacina que bloqueia a produção de hormônios é a nova opção do pecuarista para evitar as complicações pós-cirúrgicas e o estresse animal decorrente do método tradicional. A castração imunológica paralisa a liberação de hormônios, suprimindo, temporariamente, a atividade testicular e a produção de testosterona de bovinos machos e também a ovulação e a ocorrência de cio nas fêmeas.
Novidade lançada pela Pfizer em maio deste ano, a vacina Bopriva já mostra, a partir de depoimentos de frigoríficos e pecuaristas, seus primeiros resultados adicionais na superioridade da qualidade da carcaça e na melhoria do comportamento dos animais. Com as mesmas vantagens do método tradicional, a castração imunológica elimina os riscos pós-cirúrgicos como estresse e a consequente perda de peso, infecções, bicheiras, e até mesmo a morte do animal.
Conscientização de toda a cadeia
Pelo ineditismo do lançamento, foi a primeira vez que a Pfizer Saúde Animal do Brasil desencadeou um processo de conscientização de ponta a ponta da cadeia produtiva. A apresentação nacional do produto contou com a presença de 500 participantes, entre pecuaristas, técnicos e veterinários. Além disso, a empresa promoveu mais 152 palestras regionais em 21 estados brasileiros, envolvendo um público superior a 12 mil pessoas.
O objetivo foi mostrar todas as vantagens do produto, além da suspensão temporária da fertilidade dos bovinos machos. Para os pecuaristas, o comportamento mais dócil decorrente da vacinação facilita o manejo, preserva melhor os pastos e instalações da propriedade e proporciona ganhos na qualidade da carcaça. Aos frigoríficos, principalmente, “era importante ressaltar que o método não tem nenhuma atividade hormonal ou química, não exige período de carência para abate, já que não deixa resíduo no organismo do animal”, explica Fernanda Hoe, médica veterinária da Pfizer Saúde Animal.
Bem-estar animal
O bem-estar animal, tanto valorizado pelo mercado internacional, também é obtido com a aplicação de Bopriva. São duas doses injetáveis (dose e reforço) na tábua do pescoço do animal, podendo ser associadas a outros manejos de rotina. “A primeira dose atua sensibilizando o sistema imunológico do bovino a começar a produzir anticorpos contra o Fator de Liberação de Gonadotropinas (GnRF) e o efeito desejado após a segunda dose”, explica Fernanda Hoe.
Para bovinos confinados, o intervalo entre a aplicação das duas doses é de 30 dias e o efeito esperado só ocorre após a segunda dose, que atua ao longo de 90 dias. Já nos bovinos mantidos no pasto, o intervalo entre as duas aplicações é de 90 dias, e a atuação se estende pelos próximos cinco meses.
Por atuar no nível cerebral, a castração imunológica não provoca a dor da castração cirúrgica tradicional e a decorrente perda de peso do animal. “O animal em engorda, após a castração tradicional, para de comer e perde peso, até se recuperar da cirurgia e começar a engordar novamente. Dessa forma, a vacina não quebra a rota de ganho de peso, que continua em curva ascendente”, explica Renato Vieira, médico veterinário da Pfizer.
Segundo o veterinário, a castração convencional costuma gerar complicações pós-cirúrgicas em uma média de 15% de animais em todo o país, com perda de 0,3%. “Já a Bopriva não tem nenhuma atividade hormonal ou química. É uma vacina que estimula o sistema imunológico do animal a produzir anticorpos contra o Fator de Liberação de Gonadotropinas (GnRF)”, explica a médica veterinária Fernanda Hoe. Desta forma, o produto bloqueia a liberação de dois hormônios e, como consequência, suprime temporariamente a função testicular e a produção de testosterona em bovinos machos. Nas fêmeas, a função ovariana também é inibida por um período de tempo, reduzindo o comportamento de cio.
Qualidade da carcaça
A maioria dos usuários de Bopriva utiliza sistema de produção a pasto. Este ano, foram realizados os primeiros 3.700 abates de animais vacinados. O custo da vacina é de R$ 8,00 a dose e elimina gastos adicionais com complicações. Segundo Renato Vieira, o pecuarista tem ganho adicional de R$ 2,00 por arroba vendida do boi castrado imunologicamente, em consequência do aumento da qualidade da carne, tanto em textura quanto na quantidade de gordura, melhorando a maciez e reduzindo a acidez.