Uma série de fatores ocasionam o choco e podem estar relacionadas a aspectos hormonais, nutricionais e ambientais
O choco é uma parada na produção de ovos em fêmeas de espécies avícolas. A galinha de postura neste estado tende a permanecer incubando naturalmente os ovos, de forma tal que, muitas vezes, é até difícil para realizar sua coleta por causa da proteção que a fêmea faz. Durante este período, há uma “parada” para descanso no ovário, que se retrai, e a ovulação cessa.
As principais características observadas em uma galinha de postura em estado de choco são:
- diminuição do peso corporal;
- diminuição do consumo de ração;
- parada na produção de ovos;
- maior tempo de permanência no ninho, principalmente se ali houver ovos para chocar;
- sensível agressividade da galinha (função protetora), observada principalmente na hora da coleta no ninho, quando ela pode até mesmo bicar o tratador.
Em galinhas rústicas de quintal ou em raças puras, observa-se uma tendência maior ao choco. Já nas linhagens geneticamente melhoradas e selecionadas para a alta produção de ovos, o comportamento do choco praticamente foi eliminado.
Há uma série de fatores ainda não suficientemente esclarecidos e entendidos que ocasionam o choco, relacionados a aspectos hormonais, nutricionais e, até mesmo, ambientais.
Estímulo de luz
Galinhas que não estejam recebendo estímulo de luz em quantidade e intensidade suficientes são mais susceptíveis ao choco, principalmente em épocas de redução do fotoperíodo de luz natural, como na entrada do inverno. O programa de luz deve ser adaptado à linhagem utilizada, idade das aves e condição corporal. O recomendado é 5-10 lúmens/m², para poedeiras comerciais, da 10a a 18a semana e 10-20 lúmens/m² da 19a a 80a semana de idade.
Altas temperaturas (causadoras do estresse calórico) no aviário favorecem o comportamento de choco nas galinhas e podem ocasionar o aumento na demanda de cálcio (Ca). A deficiência deste nutriente estimula as galinhas a apresentarem comportamento de choco.
Também podem ser citados como fatores possíveis para o aparecimento do choco nas galinhas: baixa frequência na coleta de ovos, poucos ninhos para a postura e ambientes escuros no interior do aviário.
Raças de galinhas rústicas de quintais podem apresentar o comportamento de incubação natural.
Como sugestões para controle do choco, é prudente que, primeiramente, seja aplicado ao lote de galinhas um programa adequado de iluminação, principalmente em épocas de redução de fotoperíodo diário, como ocorre no inverno. Uma galinha em produção deve receber, em média, 16-17 horas/luz/dia, porém, esta quantidade de luz deve ser fornecida de acordo com um programa de luz pré-determinado e com a intensidade de luz recomendada.
Produção intensiva de ovos: manejo
Se o objetivo for a produção intensiva de ovos, utilizar linhagens melhoradas geneticamente.
- Fornecer rações balanceadas e em quantidades suficientes de acordo com a idade da galinha, o que permitirá também monitorar o peso do lote.
- Evitar lugares escuros ou com pouca intensidade luminosa no interior do aviário. Para tanto, é preciso distribuir, de forma adequada, a luz no interior do mesmo.
- Controlar o ambiente do galpão, evitando temperaturas elevadas e conseqüente estresse calórico.
- Fornecer água limpa, fresca e em quantidade suficiente às aves para que elas não reduzam seu consumo.
- Se houver aumento na quantidade de galinhas chocas, fechar os ninhos à noite, durante a fase de postura, para que as aves não permaneçam em seu interior.
- Realizar várias coletas durante o dia, no mínimo quatro, para evitar acúmulo de ovos no ninhos.
- Evitar a alta densidade de alojamento nos aviários, observando as recomendações para a linhagem. Para criações de galinhas de postura comerciais em sistema de piso (sobre camas), pode-se utilizar a densidade de 6-8 aves/m².
Interrupção
Para galinhas que já apresentam o comportamento de choco, é possível tentar a interrupção deste ao propiciar às aves um ambiente um tanto desconfortável, com luz contínua e bem distribuída – e sem ninhos. Outra opção é mergulhar as aves em um tanque com água ou deixá-las em um ambiente com piso úmido o que facilitaria o estresse necessário para a “quebra” do choco. É preciso, porém, ter cuidado com as temperaturas ambientes para se aplicar este procedimento.