A tecnologia que vem sendo agregada aos equipamentos está proporcionando ganhos significativos no desempenho e performance do agronegócio brasileiro
A agricultura brasileira, nestes últimos anos, está em processo de franca expansão, passando de 80 milhões de toneladas de grãos produzidas na década passada, para mais de 120 milhões de toneladas, obtidas ao longo do ano de 2012. O mérito deste crescimento deve-se, especialmente, aos produtores, que têm investido fortemente em novas tecnologias de produção, buscando soluções para os seus problemas.
As máquinas agrícolas têm uma grande parcela de contribuição na obtenção destes resultados, pois a tecnologia que está sendo agregada aos equipamentos, pela indústria, tem proporcionado melhorias significativas no desempenho e performance das mesmas.
Rápido e eficiente
A utilização das máquinas em uma propriedade tem por objetivo a realização de tarefas de uma forma rápida e eficiente, dentro de um período pré-estabelecido, de acordo com as exigências das diferentes culturas, nas várias regiões agrícolas do país.
A operação de plantio de qualquer cultura é um dos principais fatores para o sucesso no estabelecimento da lavoura.
Portanto, é preciso dar à semeadora a verdadeira importância que ela representa dentro do processo produtivo. Uma boa semeadora deve possibilitar o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas desejada. Para tanto, ela deve colocar a semente no lugar certo e na quantidade correta, além de proporcionar um ambiente e condições adequadas ao processo de germinação.
Manutenção e conservação
A correta utilização das semeadoras preconiza a tomada de certos cuidados, principalmente em relação à correta manutenção e conservação da máquina, fatores imprescindíveis, para o bom rendimento da máquina e determinantes para o sucesso ou o fracasso da lavoura.
No Brasil, as distintas condições de clima e solo possibilitam a semeadura de grãos praticamente durante todo o ano, porém, a semeadura das culturas de inverno é iniciada no mês de abril e segue até meados de julho, em regiões mais frias.
Uma semeadora utilizada para semear estas culturas, trabalha aproximadamente 30 dias por ano. Neste período, cada dia deve ser aproveitado ao máximo, para permitir que a cultura seja implantada dentro da época recomendada para a obtenção dos melhores rendimentos. Portanto, é importante que a máquina esteja em plenas condições de trabalho.
Parque de máquinas
Neste contexto, é de extrema importância que, na administração do parque de máquinas da propriedade, esteja bem definido o programa de manutenção das máquinas.
No caso específico das semeadoras, que possuem uso sazonal, ou seja, após terminado o período de plantio, a máquina passa por um longo período sem atividade, há tempo suficiente para a execução da manutenção preventiva, que poderá ser realizada em dois diferentes períodos: logo após a semeadura e/ou na pré-semeadura da nova cultura.
Em um programa de manutenção é importante evitar que a semeadora seja lembrada somente alguns dias antes do período de semeadura recomendado para as diferentes culturas. Assim, evita-se a corrida contra o tempo, que obriga a fazer uma revisão às pressas, geralmente, com custos maiores e qualidade inferior. Isto, muitas vezes, origina uma “torcida” para que a chuva não venha, pois a máquina ainda não está pronta para trabalhar.
Manutenção preventiva x corretiva
Manutenção define-se como as ações necessárias para a conservação ou restauração de determinados componentes. A manutenção preventiva visa a manter a máquina sempre em condições ideais de utilização, minimizando a manutenção corretiva, para que ela execute adequadamente suas tarefas. Obviamente, quando a máquina estiver em operação, poderão ocorrer problemas devido ao mau uso, acidentes, desgastes ou defeitos de fabricação. A ocorrência destes fatos exigirá, então, a realização da manutenção corretiva.
Um dos principais objetivos da manutenção preventiva é evitar o acúmulo de pequenos defeitos ou problemas que podem levar a uma maior danificação da máquina, e a consequente perda de tempo e aumento dos custos para efetuar os reparos.
As semeadoras, em especial, necessitam de cuidados únicos, visto que seus principais mecanismos (sulcadores, limitadores de profundidade, compactadores) trabalham sempre em contato direto com o solo, sendo bastante exigidos, pois, normalmente, as condições são adversas.
Manutenção pós-plantio
O bom desempenho de uma semeadora é obtido logo após o seu uso, através da realização da manutenção pós-plantio. Para tanto, recomenda-se que, após o término das atividades de semeadura, sejam realizadas as seguintes tarefas:
- a máquina deve ser lavada com água quente e sabão neutro para a remoção de todos os resíduos, principalmente de fertilizante, que é o grande vilão da corrosão;
- os mangotes e demais componentes de borracha precisam ser retirados da máquina, limpos e armazenados em local seco, protegido da luz solar e bem ventilado;
- as correntes devem ser retiradas, imersas em óleo lubrificante durante dois dias e lavadas com querosene ou óleo diesel e, posteriormente, penduradas em local isento de pó;
- limpar os reservatórios de sementes para retirar os resíduos dos produtos utilizados no tratamento das sementes e/ou inoculação. Desmontar os distribuidores de sementes e limpá-los;
- liberar a pressão de todas as molas existentes na máquina, deixando-as soltas, até o próximo plantio. Isto evita que as molas fiquem “cansadas”;
- lubrificar toda a máquina;
- desmontar sulcadores, limitadores de profundidade e compactadores para verificar o estado dos rolamentos e retentores. Ajustar possíveis folgas;
- inspecionar a semeadora: analisar se há peças desgastadas ou quebradas;
- atenção especial na limpeza de todo o sistema e componentes responsáveis pela distribuição de fertilizante;
- ao final, pode-se pulverizar a máquina com óleo, para garantir uma maior proteção;
- armazenar em local seguro e, de preferência, coberto;
- armazenar a máquina, sobre os pés de apoio e com os calços nos cilindros hidráulicos.
Nesta fase, é muito importante o papel do operador, pois ele tem conhecimento do comportamento da máquina durante o trabalho e dos eventos ocorridos ao longo de sua utilização, fatos que devem ser considerados na realização da manutenção do equipamento.
A decisão de realizar a revisão logo após o término da semeadura, depende das particularidades de cada propriedade, como, por exemplo, a disponibilidade de recursos para aquisição de peças e, também, a mão de obra disponível no momento.
O certo é que, após a semeadura, há um período longo de tempo que a máquina permanecerá parada. Tempo este mais do que suficiente para a realização e análise dos orçamentos, assim como para a entrega das peças através dos revendedores autorizados. É importante a utilização de peças genuínas para garantir o melhor desempenho da semeadora.
Caso não seja possível a realização da revisão/manutenção logo após o plantio, é importante que haja a consciência da necessidade de realizar estas tarefas, com tempo hábil, para que a máquina esteja em condições ideais quando iniciar o próximo plantio, sem risco de perda do período ideal recomendado para o plantio da nova safra.
Infelizmente, muitos agricultores dispensam poucos cuidados às semeadoras. Isto se evidencia pelo fato de se encontrar, com facilidade, máquinas enferrujadas, com componentes gastos ou quebrados, deixadas no tempo ou armazenadas junto a adubos ou fertilizantes.
É importante ressaltar que, com a correta manutenção e armazenagem, a semeadora terá maior vida útil e maior valor de revenda. Explorar ao máximo a vida útil da semeadora corresponde a um ganho significativo sobre o valor investido em sua aquisição. Para que isto, de fato, ocorra, é preciso atender todas as recomendações de utilização e manutenção indicadas pelos fabricantes.