Damian Allain é o diretor de Mercado da Jasmine, uma das marcas pioneiras no mercado de alimentos naturais e integrais no País. Há 23 anos no mercado, a empresa do Paraná comercializa mais de 130 produtos para 25 mil clientes, em todos os estados brasileiros. Todos os itens — entre cereais matinais, biscoitos e linha gourmet — são naturais, integrais, livres de aditivos químicos e 100% vegetais, ou seja, sem o uso de ingredientes de origem animal. Dentre as linhas de produtos, há os funcionais, diet, light, orgânicos e infantis. A marca lidera o segmento de cookies integrais, com uma fatia 40% acima do segundo colocado, conforme pesquisa Nielsen de 2013. Há 20 anos, o carro-chefe era a granola.
De origem familiar, a Jasmine Alimentos foi fundada pelos pais de Damian, que, adeptos da macrobiótica, tinham dificuldade em encontrar alimentos que se adaptassem à sua dieta saudável. Damian Allain destaca que as maiores inovações nesse segmento foram na aparência e sabor dos alimentos, pois não adianta ser saudável sem ter apelo visual e paladar. “A Jasmine sempre quebrou paradigmas”, afirma Allain, para quem a grande motivação do consumidor de produtos naturais é a saúde, já que o maior motivador das doenças modernas é a má alimentação.
Novidades
Na Jasmine, o desenvolvimento de novos produtos é constante, e focado em acompanhar as exigências do consumidor. Em 2012, foram 35 lançamentos e a meta para 2013 é fechar o ano com a apresentação de mais 11 novidades ao mercado. Entre os destaques que deverão chegar aos consumidores, estão o GranCookies de aveia e berries (açai, goji e cranberry) e o GranCookies de aveia e nuts (castanha do Pará e de caju e amendoim).
Os alimentos orgânicos — nicho mais recente — representam 15% do negócio e mais de 30 itens. As exportações, centradas para países da América do Sul, ainda representam menos de 5% do faturamento. Mas durante a Biofach, realizada em junho de 2013, o empresário foi procurado por representantes dos Emirados Árabes e da Ásia interessados em importar produtos da marca.
Alexandre Toro, gerente nacional de vendas da Jasmine, acredita que o crescimento deste setor é resultado da também crescente consciência da população de que “é muito mais barato se alimentar bem do que cuidar da doença”. Damian Allain, inclusive, credita à exigência dos próprios consumidores o aumento do espaço desse tipo de alimento nas gôndolas dos supermercados.
Insumos
A Jasmine não produz os insumos usados na fabricação de seus produtos. Dá preferência à produção nacional, mas busca no mercado externo vários itens, já que, além da qualidade, precisa ter a garantia da quantidade fornecida. Para se ter uma ideia, só de aveia, o principal insumo, a empresa consome 100 mil toneladas ao ano. Aveia, cevada e trigo, cereais de inverno cuja produção nacional não é constante, são importados da Argentina, Canadá etc. Os chamados supergrãos como quinua, chia e amaranto, por exemplo, são provenientes dos países Andinos e o mais novo modismo, a Goji Berry, fruta líder em aminoácidos e antioxidantes, provém da Ásia.
Apesar do expressivo crescimento médio de 35% ao ano, nos últimos três anos, Allain acha que o mercado doméstico está muito aquém do europeu e norte-americano. “Espero que o Brasil se desenvolva como esses dois países, superando o fator limitante da desinformação”, diz.