Adubação nitrogenada proporciona ganhos de produtividade ao milho
A afirmação é do pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC/APTA), Aildson Pereira Duarte. Ele recomenda o uso de azospirillum e da adubação nitrogenada nas lavouras de milho. O milho safrinha responde bem à adubação nitrogenada. Aildson explicou que “a soja, por simbiose com o Bradyrhizobium sp., uma bactéria presente em suas raízes, capta o nitrogênio do ar e o fixa. O agricultor pode até dispensar a adubação nitrogenada nas lavouras de soja. Mas, com o milho isso não é indicado, sendo necessário a adubação nitrogenada”, ensina.
Produtividade
Ele explica que o nitrogênio presente na palha da soja se apresenta em níveis baixos, não sendo suficiente para assegurar bons índices de produtividade, pois o milho demanda muito nitrogênio. Segundo ele, as pesquisas revelaram que o melhor momento da adubação nitrogenada é durante a semeadura e que a dose no sulco de semeadura deve ser de 30 a 40kg por hectare de nitrogênio.
O pesquisador ressalta que os agricultores precisam estar conscientes de que adubação nitrogenada durante a semeadura, feita na quantia correta e com manejo adequado, garante excelentes resultados de produtividade. Ele completa: “quando o agricultor opta apenas pela adubação a lanço, o ideal é que tenha três equipes operando simultaneamente: uma equipe colhe a soja, a outra planta o milho e uma terceira cuida das questões relacionadas à adubação. Uma mudança de estratégias, uma inovação que vai garantir o retorno financeiro do milho safrinha”, destaca.
Inoculação
Quanto ao uso de inoculação com azospirillum nas lavouras de milho safrinha, Aildson explica que tanto o milho quanto a soja, têm associação com bactérias que ocorrem naturalmente no solo. Mas, no caso do milho, não ocorre por simbiose, como na soja. Sua associação com o milho estimula tanto o crescimento da planta, quanto o desenvolvimento do sistema radicular do milho, mas é preciso fazer a inoculação para que estirpes mais eficientes de azospirillum colonizem o sistema radicular e ocorra benefícios em termos de aumento de produtividade.
“Esse processo pode ser feito via sementes antes do plantio, aplicando o produto — pó ou líquido —, disse Aildson. Ele destaca que a inoculação demanda cuidados especiais, pois precisa ser feita muito próxima do momento do plantio e, como se trata de um produto biológico, aspectos como condições ambientais, de solo e clima, podem influenciar no resultado positivo em termos de aumento de produtividade.
Manejo correto
“O produtor precisa ficar atento a essas questões e forma de manejo, pois o aumento de produtividade pode chegar a 5%, quando feito de forma correta”.