Novas variedades possuem características desejáveis para o cultivo comercial e processamento industrial, apresentam elevada produtividade e alto teor de amido nas raízes
As variedades SCS254 Sambaqui e SCS255 Luna são as novas cultivares da Epagri. Foram desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético de mandioca da empresa. Ambas possuem características desejáveis para o cultivo comercial e processamento industrial, apresentam elevada produtividade (25,0 e 21,8 t/ha, respectivamente) e alto teor de amido nas raízes (32,1% e 30,1%, respectivamente), resistência à bacteriose, raízes grossas e lisas com polpa branca, sendo de fácil arranquio do solo e despenca das raízes.
A qualidade do material propagativo também se destaca, com ramas eretas, sem bifurcações e com bom desenvolvimento vegetativo, facilitando a colheita e armazenamento. O cultivar Sambaqui apresenta a película externa branca, característica esta desejável para a produção de farinha, sendo que apresentou uma produtividade média de amido por hectare 30% superior às variedades comumente cultivadas. Agricultores e extensionistas participaram ativamente da avaliação e seleção destes dois genótipos superiores no Estado de Santa Catarina.
Mandioca no Brasil e em SC
O Brasil é o 3º maior produtor mundial de mandioca. Santa Catarina é o 12º produtor nacional, apresentando o 5º maior rendimento de raízes por hectare (18,5 t/ha), com uma área plantada de cerca de 27 mil hectares e produção anual de 500 mil toneladas.
“Do total de raízes produzidas, estima-se que 150 mil toneladas sejam destinadas para a fabricação da farinha, 150 mil t para a produção de polvilho e fécula e 200 mil t sejam consumidas “in natura” na alimentação animal e humana.
Farinha
O segmento farinha conta com 340 engenhos e empacotadores cadastrados, distribuídos por 51 municípios catarinenses. Esse conjunto de agroindústrias rurais movimenta cerca de 45 mil toneladas de farinha por ano e gera mais 1.360 empregos diretos. O segmento polvilho azedo é composto por 30 unidades industriais distribuídas por 7 municípios do Estado, que produzem 12.500 toneladas de polvilho por ano e geram, diretamente, cerca de 180 empregos. Já o segmento fécula, possui 9 indústrias em SC que, juntas, produzem anualmente cerca de 26 mil toneladas do produto e geram mais 200 empregos diretos. Ao parque industrial citado, se somam ainda as unidades de beneficiamento de aipins e “chips” semi-prontos para consumo, as indústrias de beijus e outros derivados e os engenhos de produção de tapioca.
Todo esse conjunto de atividades e de unidades transformadoras/processadoras demonstra a força e a importância do setor mandioqueiro na economia do Estado de Santa Catarina e o seu papel social na fixação do homem à terra e à geração de empregos bem distribuídos e interiorizados. Ao todo, as cerca de 400 unidades de transformação e beneficiamento mais as lavouras geram não menos que 8 mil empregos diretos.