Banco Ceagesp de Alimentos beneficia mais de 3,7 milhões de pessoas só no primeiro semestre de 2015
Para aproveitar melhor os alimentos que poderiam parar no lixo, mesmo sendo aproveitáveis, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – Ceagesp mantém um banco de alimentos, que beneficiou 3.736.178 pessoas somente no primeiro semestre de 2015. No período, foram recebidas 811,88 toneladas de alimentos.
Após triagem realizada pela equipe de nutricionistas do Banco Ceagesp de Alimentos (BCA), foram doadas 657,48 toneladas a entidades assistenciais e outros bancos municipais do Estado de São Paulo. Parte da arrecadação (26,78 toneladas) chegou graças à ação voluntária de 25 carregadores, que participam de parceria firmada com o Sindicato dos Carregadores Autônomos (Sindicar).
Criado em 2003 no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), na capital paulista, o banco atua na coleta, seleção e distribuição de alimentos, oferecidos por produtores e comerciantes atacadistas, para instituições sociais. Até 2014 foram registradas a doação de mais de 17,9 mil toneladas de produtos.
Os descartes do BCA, impróprios para o consumo humano, são transformados em adubo orgânico por meio de compostagem.
Outros exemplos
Assim como a Ceagesp, as Centrais de Abastecimento do Paraná S.A., em Curitiba (PR), também têm dado exemplo contra o desperdício de alimentos. O Banco de Alimentos local é uma iniciativa de abastecimento e segurança alimentar, que funciona por meio da coleta dos produtos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais nas unidades da Ceasa/PR.
Também são recebidas doações do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), programa coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com o objetivo de garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar.
O PAA adquire alimentos, com isenção de licitação, por preços de referência que não podem ser superiores nem inferiores aos praticados nos mercados regionais, até o limite de R$ 3,5 mil ao ano por agricultor familiar que se enquadre no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), exceto na modalidade Incentivo à Produção e Consumo do Leite, cujo limite é semestral.
Os produtos, tanto os arrecadados na Ceasa quanto pelo PAA, são recebidos, selecionados e distribuídos gratuitamente às entidades assistenciais e às famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional e vulnerabilidade social, previamente cadastradas. O objetivo é complementar as refeições diárias da população assistida. Em contrapartida, as entidades atendidas pelo Banco de Alimentos participam de atividades de capacitação em educação alimentar, para que o conhecimento seja repassado à comunidade.
Outro público alvo do Banco de Alimentos da Ceasa-PR são as creches, hospitais, asilos, casas de recuperação, casas lares, entre outros. Mais informações, acesse www.ceasa.pr.gov.br.
Motivação com gastronomia
Mais exemplo louvável vem da “Gastromotiva”, a primeira organização da sociedade civil no Brasil que promove a transformação e inclusão social por meio da gastronomia.
A Gastromotiva atua em São Paulo desde 2006 e chegou ao Rio de Janeiro em 2013, onde realiza cursos de capacitação, eventos e projetos, como o Multiplicadores e a Rede Empreendedores de Comunidades.
O objetivo da instituição é inovar sempre, criando oportunidades para promover e disseminar o potencial poder e responsabilidade da gastronomia como agente capaz de transformar vidas e lugares.
Mais informações: gastronotiva.org
Mesa Brasil Sesc é exemplo para o País
Com o objetivo de lutar contra a fome e o desperdício de comida, o Sesc promove, em caráter permanente, o Mesa Brasil. Trata-se de um programa de segurança alimentar e nutricional sustentável, que redistribui alimentos excedentes apropriados para consumo. Em 2014, ano em que completou 20 anos de atuação, foram distribuídos 37.577.009 quilos de alimentos entre janeiro e novembro, com o atendimento de 1.624.533 pessoas/dia em 530 cidades brasileiras.
O Mesa Brasil Sesc busca comida onde sobra e entrega onde falta, contribuindo para a promoção da cidadania e melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, em uma perspectiva de inclusão social. O programa atua para diminuir o desperdício e, assim, reduzir a condição de insegurança alimentar de crianças, jovens, adultos e idosos. Nas duas pontas do processo, as estratégias de mobilização e as ações educativas visam incentivar a solidariedade e o desenvolvimento comunitário.
O programa é baseado em parcerias, com responsabilidades compartilhadas por todos os segmentos sociais envolvidos, respeitando-se as especificidades de cada um. Veja abaixo mais detalhes e saiba como participar:
O que pode e o que não pode ser doado
Ao programa Mesa Brasil Sesc podem ser doados: alimentos em geral; águas e sucos; carnes e derivados; enlatados e conservas; frutas, legumes e verduras; frios e laticínios; grãos e cereais; pães e massas; produtos de limpeza e higiene pessoal; utensílios culinários; além de roupas, brinquedos, descartáveis, serviços, combustíveis, cessão de espaços, divulgação, embalagens, serviços gráficos, transporte, trabalho voluntário em atividades operacionais, administrativas e educativas.
Para o programa, não podem ser doadas refeições prontas; doces e pães com recheios cremosos; alimentos com embalagens danificadas e data de validade vencida.