Somente em Minas Gerais, a indústria florestal foi responsável por amenizar a pressão sobre a mata nativa, preservando mais de um milhão de hectares de florestas
Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado dia 5 de junho, reforçar o papel da indústria florestal na preservação de florestas nativas torna-se ainda mais importante.
Cultivadas para a produção renovável de madeira, que abastece o mercado de painéis, pisos laminados, carvão vegetal, lápis, celulose, madeira tratada, serrada, entre outros produtos madeireiros, as florestas plantadas preservam mais de 1,3 mi de hectares de florestas naturais apenas em Minas Gerais, estado que detém a maior base florestal plantada do país, com mais de dois milhões de hectares.
A conta é simples: cada 1 hectare plantado preserva 0,6 hectare nativo, segundo levantamento realizado pela AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal. O setor de floresta plantada é o que mais contribui para a conservação de áreas de florestas nativas, através de suas práticas sustentáveis de uso do solo e também por fazer uso somente de madeira plantada e manejada para fins específicos de produção.
Entre os principais motivos da preservação está, ainda, o fato de as florestas plantadas diminuírem a pressão sobre as florestas nativas, uma vez que fornecem às indústrias os insumos necessários para o processo produtivo, como a celulose, carvão vegetal e a própria madeira em um processo sustentado de plantio e colheita de árvores. E as vantagens vão além, de acordo com a Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF).
“A cultura de árvores plantadas, ao ser implantada, recupera áreas degradadas, contribui para manter a disponibilidade da água e nutrientes do solo, gera empregos rurais contribuindo para a manutenção do homem no campo em uma vasta cadeia de valor e contribuem para a inclusão social”, explica a presidente da entidade, Adriana Maugeri.
Desafios
Outro dado coloca a indústria florestal regional em evidência no cenário global: Minas Gerais é líder mundial de produção e consumo de carvão vegetal proveniente destas florestas, fonte energética limpa e renovável.
Apesar de todos os esforços da indústria florestal com os compromissos sustentáveis e legais, estima-se que uma significativa parcela do carvão vegetal consumido no estado ainda tenha origem nas árvores nativas, o que é considerado ilegal desde janeiro de 2018, quando a reformulação da Lei Florestal de Minas Gerais proibiu, entre outras práticas, que a indústria utilize carvão originário de florestas nativas.
“Acabar com a produção ilegal de carvão vegetal está entre nossos principais pleitos. Não há necessidade de se expandir as fronteiras da cultura de florestas plantadas para áreas nativas e que devem ser conservadas. Há muitas outras áreas que são nosso foco de ampliação”. explica Maugeri.
Segundo ela, “felizmente temos ao nosso lado importantes ONGs e o próprio poder público, que, assim como a AMIF, lutam para preservar a nossa rica mata nativa dos significativos biomas em Minas, o Cerrado e a Mata Atlântica. O setor de florestas plantadas repudia, veementemente, o desmatamento ilegal e atua fortemente para a ampliação da fiscalização e punição estatal para os criminosos que destroem o que nos resta de matas em nosso Estado”.
Apesar de representarem pouco menos de 1% do território nacional, as florestas plantadas são responsáveis por 91% de toda a madeira produzida no Brasil para fins industriais.
As empresas instaladas em Minas Gerais fornecem madeira para outros estados, como Bahia e Espírito Santo, e possuem certificações internacionais, como o FSC – Forest Stewardship Counci, que garante a sustentabilidade do manejo e origem da madeira através da exigência de parâmetros rigorosos. As florestas plantadas com representação da AMIF estão presentes em mais de 230 municípios mineiros, e são compostas, prioritariamente, por eucalipto, mas também Pinus, Cedro e Mogno.