O País é líder na produção de laranjas e está entre os principais produtores de tangerinas e limões Tahiti do mundo. Plantar esses citros requer cuidados específicos observados desde a escolha do solo
As frutas cítricas são ricas em vitaminas C e são utilizadas de diferentes formas na alimentação. No Brasil, os citros mais cultivados e consumidos são as laranjas, tangerinas e limões, sendo que o país se destaca como o maior produtor mundial de laranjas, responsável por 31% do volume total de produção da fruta no mundo. Na produção de tangerinas e de lima ácida Tahiti, popularmente conhecida como limão Tahiti, o país ocupa a terceira e a quarta posição respectivamente.
O Estado de São Paulo é o líder nacional na produção de frutas cítricas. Em segundo lugar está Minas Gerais. Graças ao Projeto Jaíba, maior plano de colonização e irrigação da América Latina, e aos estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Norte de Minas experimentou um grande crescimento na produção de limão Tahiti, com direito a mais de uma safra ao ano. Já a expressiva produtividade mineira de tangerinas é devida à variedade Poncã, muito plantada nas regiões Sul e Central do estado.
A produção de frutas cítricas pode ocorrer durante o ano todo, desde que haja o plantio simultâneo de variedades com diferentes épocas de maturação. Com a ajuda do livro 101 Culturas, o manual de tecnologias agrícolas da EPAMIG, separamos algumas dicas de plantio das frutas cítricas mais consumidas no Brasil. Vale a pena conferir.
Exigências de solo, clima e chuva
As frutas cítricas são facilmente adaptáveis a solos com diferentes características químicas e físicas. Porém, as plantas se adaptam melhor a solos de textura média, profundos (mínimo de um metro de profundidade efetiva), bem drenados e areados.
O crescimento vegetativo das plantas ocorre em locais com temperaturas de 13ºC a 40ºC, com faixa ótima entre 23ºC e 32ºC. A coloração alaranjada das cascas de laranja e tangerina é intensificada por baixas temperaturas na época do amadurecimento, o que valoriza os frutos no comércio.
Chuvas em torno de 900 a 1.500 milímetros por ano são suficientes para o cultivo de citros. Entretanto, o uso da irrigação, mesmo em locais com quantidades de chuvas nessa faixa, pode resultar em mais produtividade e qualidade de frutos. Os sistemas de irrigação mais utilizados são os localizados, isto é, irrigação por microaspersão e gotejamento.
Porta-enxertos e mudas
A escolha do porta-enxerto é extremamente importante para o sucesso do pomar. A combinação copa e porta-enxerto é responsável por uma série de características das plantas, como resistência a pragas, doenças e seca, adaptação a solos com diferentes características físico-químicas, porte da planta, qualidade dos frutos e produtividade.
A qualidade das mudas é outro fator importante para obtenção de pomares sadios e produtivos. Uma muda de boa qualidade deve estar enxertada sobre porta-enxerto cuja semente foi obtida de plantas registradas. A borbulha deve ser oriunda de plantas matrizes livres de doenças, principalmente as transmissíveis por enxertia. Já a utilização de telado é indicada para a proteção de afídeos, vetores de vírus, cigarrinhas e do psilídeo que causa o Grenning, a doença mais destrutiva e a maior ameaça à citricultura no mundo.
Plantio
Normalmente, o plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa. Mas, se houver irrigação, pode ser feito em quaisquer épocas do ano.
A abertura das covas pode ser manual ou mecanizada. Quando a abertura for manual, a terra da camada superficial deve ser separada da terra do fundo da cova, pois por ser mais rica em nutrientes, será utilizada para preencher novamente a cova, após a mistura com adubo, esterco e calcário. A quantidade necessária da mistura depende de análise do solo, que deve ser feita antes do plantio.
Logo após o plantio das mudas, os tratos culturais mais importantes consistem na realização de irrigações até o pegamento, controle de formigas cortadeiras de folhas e de abelha-Irapuá, eliminação das brotações que surgirem abaixo das ramificações principais e replantio das mudas que morrerem.