O sistema de agricultura do Estado do Paraná vem sendo totalmente reestruturado, com o objetivo de tornar a agropecuária dessa importante região do Sul País cada vez mais competitiva e garantir a redução da desigualdade no meio rural.
Por meio da Lei nº 20.121/19, sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior, fica autorizada a criação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar-Emater).
O novo órgão é uma junção, a partir da incorporação do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e Centro Paranaense de Referência de Agroecologia (CPRA) pelo Instituto Agropecuário do Paraná (Iapar).
Eles deixam de existir como instituições autônomas, formando uma única entidade vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
“A essência de cada uma está preservada nessa instituição única, que fortalecerá o desenvolvimento rural do Paraná”, afirma o secretário Norberto Ortigara. A iniciativa faz parte da reforma administrativa realizada pelo governo Ratinho Junior.
“Integrados em um mesmo corpo, será possível prestar serviço de pesquisa e experimentação agrícola, de assistência técnica e extensão rural, de fomento no meio rural e de expansão da base de agroecologia para a produção de alimentos de alta qualidade de forma mais ágil e eficiente”, completa.
Integração
Presidente do novo Instituto, Natalino Avance de Souza destaca a necessidade de se melhorar a qualidade de entrega de serviços para os agricultores e para a sociedade, particularmente nos municípios menores do Estado. “Nosso primeiro princípio é a aproximação, a integração, o fazer junto, queremos ouvir mais a sociedade”, diz.
O plano de ação prevê a constituição de conselhos consultivos mesorregionais e estaduais, com participação do Estado e da iniciativa privada.
“Eles serão uma estrutura de governança para discutir em cada canto do Estado as necessidades, expectativas e projetos, e como materializarmos isso que a sociedade está pedindo para nós”, informa Souza.
Segundo ele, uma das metas é o trabalho integrado de pesquisa, extensão, agroecologia e fomento entre os setores público e privado, com participação efetiva da área acadêmica. “O novo Instituto não é só junção de entidades, é uma mudança de paradigma”, ressalta.
“Estamos trazendo para o instituto a pesquisa aplicada, feita na propriedade do agricultor que recebe assistência técnica da Emater e que agora vai receber assistência técnica do instituto, composto por pesquisadores e por extensionista, cada um fazendo seu papel, além do impulso que a união de forças dará às inovações técnico-científicas no meio rural.”
Cenário agrícola
Na visão de Souza, o Paraná é o principal Estado agrícola do Brasil, tem produção excelente, mas ainda comporta muitos desequilíbrios, com pobreza no campo, erosão voltando a afligir os agricultores e constantes críticas em razão do uso excessivo de agrotóxico.
“Nós estamos nascendo nesse signo, precisamos nos ocupar com isso. Temos a grande oportunidade de redesenhar a forma de contribuir para solidificar ainda mais a agricultura do Paraná.”
Equipe
A nova legislação estabelece que a sede do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná ficará em Curitiba, capital do Paraná, e as diretorias com atribuições ligadas à área de pesquisa e inovação, integração institucional e gestão de negócios, em Londrina. A instituição inicia seus trabalhos, em 2020, com 1817 funcionários.
Há previsão de ampliação do quadro a partir do lançamento de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para servidores celetistas, abrindo-se a possibilidade para a contratação de pesquisadores e extensionistas.
Segundo Souza, a economia inicial com a unificação das quatro entidades é de 40%, nos cargos em comissão, e de 28%, em despesas.