Grupo de pesquisadores do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela Fapesp e a Shell, avalia o uso de GNV como forma de reduzir emissões de gases poluentes, principalmente nas cidades
Testes de abastecimento com Gás Natural Veicular (GNV) em um carro híbrido movido a gasolina devem resultar no uso de um veículo que emita menos gás carbônico (CO₂) no ar, ou seja, menos poluente principalmente no meio urbano. As avaliações são realizadas por um grupo de pesquisadores do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a empresa Shell.
De acordo com publicação da Agência Fapesp, nesse carro foram instalados dois tanques de gás, cada um com 7,5 metros cúbicos. Nos testes preliminares, o híbrido modificado pelos engenheiros fez 22 quilômetros por litro de gasolina. Em um circuito urbano, usando o GNV, o veículo rodou 28 quilômetros com um metro cúbico de gás natural.
“O veículo já tem um consumo muito baixo de gasolina, mas o consumo de GNV foi ainda menor”, conta o professor Julio Meneghini, diretor científico do RCGI e um dos integrantes do projeto.
Até o momento, os testes só foram feitos dentro da cidade. “Na estrada ainda não testamos, mas sabemos que se exige muito do motor a combustão nesta condição, e o carro híbrido acaba tendo um rendimento mais parecido com o convencional”, ressalta o engenheiro Renato Romio, chefe do Laboratório de Motores de Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia e um dos responsáveis pelo projeto no RCGI.
Ele afirma que, com o uso do GNV, na comparação com a gasolina, ganha-se duplamente: “Primeiro, por conta da eficiência do híbrido; e segundo, porque se emite menos CO2 (gás carbônico) com o uso do GNV. Isso porque o metano, ao ser queimado, emite 15% menos CO2 do que a gasolina”. O metano é o principal componente do gás natural.
Próximas avaliações
Os próximos testes envolverão ensaios mais robustos da medição do consumo de combustível, além da medição das emissões de CO₂ e outros gases estufa e de poluentes. Os integrantes do projeto testarão ainda o uso do biometano nos tanques de gás e de etanol no lugar da gasolina.
A equipe do projeto também conta com a participação dos professores Guenther C. Krieger Filho e Celma de Oliveira Ribeiro, ambos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP); Suani Coelho, do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP); e, indiretamente, de pesquisadores da equipe do Centro de Pesquisa em Engenharia Prof. Urbano Ernesto Stumpf, com sede no Instituto Mauá de Tecnologia, associado à Poli/USP e ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).