O fotógrafo Lalo de Almeida ganhou o primeiro lugar na categoria Série Meio Ambiente, do maior concurso mundial de fotojornalismo, o World Press Photo, com sua série de fotos Pantanal em Chamas, produzida para a Folha de S.Paulo, no ano passado
A série fotográfica do brasileiro Lalo de Almeida conquistou hoje,15, o primeiro lugar do maior prêmio de fotojornalismo do mundo, o World Press Photo, na categoria série Meio Ambiente. O trabalho, feito para a Folha de S. Paulo, retratou uma triste realidade que castigou a imagem do Brasil no exterior ao longo do ano passado, os incêndios que destruíram parte do Pantanal.
Um das juradas do prêmio, Pilar de Oliveira, fotógrafa da Reuters, descreveu o trabalho como impactante. “Essa é a série de incêndios que mais me impactou. Cada foto nos mostra uma triste situação de devastação sem perder o sentido estético. Esta série de fotos foi editada com perfeição. Não sinto que preciso ver mais e também não sinto que estou vendo muito.”
Quase um terço da região do Pantanal do Brasil – o maior pântano tropical e pastagens inundadas do mundo, espalhando-se por cerca de 140.000 a 160.000 quilômetros quadrados – foi consumido por incêndios ao longo de 2020. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE), o número de incêndios em 2020 foi o triplo em comparação com 2019.
O Pantanal e é um dos biomas mais importantes do Brasil e está sofrendo a pior seca em quase 50 anos, fazendo com que os incêndios se alastrem descontroladamente. Os incêndios no Pantanal tendem a queimar logo abaixo da superfície, alimentados pela turfa, – restos vegetais altamente combustíveis – , o que significa que eles queimam por mais tempo e são mais difíceis de extinguir.
“Muitos dos incêndios começaram com a agricultura de corte e queima, que se tornou mais prevalente devido ao enfraquecimento da regulamentação de conservação e fiscalização sob a administração do presidente Jair Bolsonaro. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) viu seu financiamento reduzido em cerca de 30%. Bolsonaro tem frequentemente se manifestado contra as medidas de proteção ambiental e feito comentários repetidos minando as tentativas dos tribunais brasileiros de punir os infratores”, afirma o site do World Press Photo.

Animal carbonizado depois de incêndio. Foto: Lalo de Almeida para Folha de S. Paulo
Quase um terço da região do Pantanal do Brasil - o maior pântano tropical e pastagens inundadas do mundo, espalhando-se por cerca de 140.000 a 160.000 quilômetros quadrados - foi consumido por incêndios ao longo de 2020. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, o número foi triplo de incêndios em 2020 em comparação com 2019. Os incêndios no Pantanal tendem a queimar logo abaixo da superfície, alimentados por turfa altamente combustível, o que significa que eles queimam por mais tempo e são mais difíceis de extinguir. O Pantanal, que é reconhecido pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera e é um dos biomas mais importantes do Brasil, está sofrendo a pior seca em quase 50 anos, fazendo com que os incêndios se alastrem descontroladamente. Muitos dos incêndios começaram com a agricultura de corte e queima, que se tornou mais prevalente devido ao enfraquecimento da regulamentação de conservação e fiscalização sob a administração do presidente Jair Bolsonaro. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) viu seu financiamento reduzido em cerca de 30%. Bolsonaro tem frequentemente se manifestado contra as medidas de proteção ambiental e feito comentários repetidos minando as tentativas dos tribunais brasileiros de punir os infratores. Ambientalistas afirmam que isso incentiva as queimadas agrícolas e cria um clima de impunidade. Luciana Leite, que estuda a relação da humanidade com a natureza na Universidade Federal da Bahia, prevê o colapso total do Pantanal, se persistirem as atuais tendências climáticas e políticas anti-ambientais.
Esta não é a primeira vez que Lalo de Almeida é reconhecido com um prêmio da World Press Photo Award. Em 2017 ele venceu na categoria Questões Contemporâneas, com sua série de fotos sobre vítimas do Zika vírus. Com o vídeo produzido sobre o tema, naquele ano ele ganhou também o POY Latam, a principal competição de jornalismo visual da América Latina, na categoria de vídeos curtos.
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