Um dos campos do conhecimento que mais tem demandado pesquisas e movimentado a economia com base na sustentabilidade, a bioeconomia, reunirá especialistas do setores público e privado, em Brasília, apresentar as novidades, analisar os desafios e as oportunidades do agronegócio brasileiro com foco em ações que promovam o desenvolvimento bioeconômico.
Nesse sentido, pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) realizam, nos dias 25 e 26 de setembro, o 1º Seminário em Bioeconomia que traz como tema “O papel dos recursos genéticos e da biotecnologia para a promoção da bioeconomia”.
Pesquisadora do Laboratório de Biologia Sintética da Embrapa, Daniela Bittencourt diz que, nessa “nova forma de economia”, a transformação da biomassa (matéria orgânica, que pode ser utilizada na produção de energia) tem papel central na produção de alimentos, fármacos, fibras, produtos industriais e energia.
“A utilização sustentável da biodiversidade brasileira insere-se na bioeconomia e o Brasil reúne inúmeras vantagens e oportunidades em relação aos demais países, pois temos a maior diversidade biológica do planeta, com muitos ativos de grande interesse para a indústria, o comércio e a economia como um todo”, avalia Daniela.
Nesse contexto os exemplos práticos vêm de setores como o da nutrição humana e animal, das indústrias farmacêuticas e de cosméticos e de biocombustíveis. Todos têm como fonte a biodiversidade brasileira.
Potencial
Outro aspecto a ser tratado no evento é o grande potencial da bioeconomia para favorecer o crescimento sustentável da economia do país – o que contribui para o fortalecimento da relação entre a agricultura e a indústria.
Em junho deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançou o Programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade (junho, 2019), que tem como objetivo promover a articulação de parcerias entre os setores público, pequenos agricultores, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e seus empreendimentos e o setor empresarial. A ideia central é a promoção e estruturação de sistemas produtivos baseados no uso sustentável dos recursos da sociobiodiversidade e do extrativismo.
Segundo o analista Emanuel Abreu por se tratar de uma via de geração de impactos positivos para a sociedade brasileira, a inserção estratégica e competitiva da bioeconomia no contexto mundial é um dos cinco grandes eixos de impacto que orientam as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) da Embrapa.
“O desenvolvimento da bioeconomia é impactado por novos conhecimentos científicos e tecnológicos como os produzidos pela biotecnologia, genômica, biologia sintética, engenharia genética, bioinformática, nanobiotecnologia. Também são importantes para o desenvolvimento da bioeconomia o apoio público à regulação, à propriedade intelectual, à atitude social e ao esforço em PD&I”, diz Abreu.
O que é bioeconomia
De acordo com a Associação de Bioinovação (ABBI) a bioeconomia engloba toda a cadeia de valor que é orientada pelo conhecimento científico avançado e a busca por inovações tecnológicas na aplicação de recursos biológicos e renováveis em processos industriais para gerar atividade econômica circular e benefício social e ambiental coletivo.
Conforme a ABBI, a bioeconomia movimenta no mundo todo o equivalente a mais de dois trilhões de dólares e suas atividades estão no cerne de pelo menos a metade dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), desde a segurança alimentar até a garantia de acesso à energia e saúde.
Serviço
1º Seminário em Bioeconomia: O papel dos recursos genéticos e da biotecnologia para a promoção da bioeconomia
Data: dias 25 e 26 de setembro, períodos da manhã e tarde
Local: Auditório Assis Roberto de Bem – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Inscrição: sem investimento (evento gratuito)
Público alvo: interessados no tema (agricultores, empresários, estudantes, pesquisadores, entre outros profissionais que atuam ou pretendem atuar nesse campo).
Informações: 61 3448-4770