Pesquisas impulsionam avanços e buscam minimizar os impactos da bienalidade e das mudanças climáticas na olivicultura.
O ano de 2024 marcou um ciclo importante para a olivicultura brasileira, com premiações que destacaram a qualidade dos azeites nacionais e uma produção expressiva na Serra da Mantiqueira.
Com o início de um novo período de colheita, surge a pergunta: o que esperar da safra de 2025?
No Campo Experimental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), no município de Maria da Fé, a colheita já começou, acompanhada por pesquisas que buscam garantir a excelência dos azeites produzidos.
Pioneira na extração de azeite extravirgem no Brasil, a Epamig acompanha de perto o comportamento da produção ao longo dos anos.
![](https://alavoura.com.br/wp-content/uploads/2025/02/1-FOTO-01-Entrada-das-azeitonas-para-extracao-de-azeites-credito-Ascom-EPAMIG-Copia.jpg)
Em 2025, a produção na região Sudeste deve ficar entre 40% e 50% do volume registrado no ano passado Foto Ascom Epamig/Divulgação
LEIA TAMBÉM
Safra de 2025
Segundo Pedro Moura, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, um fator determinante para a variação na produção é a bienalidade, fenômeno característico de culturas perenes, como o café e a oliveira, que alternam anos de alta e baixa produtividade.
Na avaliação do especialista, essa oscilação, somada a condições climáticas adversas, deve impactar a safra deste ano.
“Em conjunto com a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), estimamos que a produção na região Sudeste, em 2025, fique entre 40% e 50% do volume registrado no ano passado, quando foram extraídos cerca de 150 mil litros de azeite. Com isso, devemos ter entre 60 e 75 mil litros este ano”, prevê o pesquisador da Epamig.
Moura destaca que as temperaturas elevadas e o período prolongado de estiagem no último inverno prejudicaram a indução floral e o pegamento dos frutos. “Da mesma forma, quando se tem frentes frias, com alta umidade durante a florada, a polinização e a produção também são afetadas”, completa o especialista.
![](https://alavoura.com.br/wp-content/uploads/2025/02/2-FOTO-02-Extracao-do-azeite-em-Maria-da-Fe-credito-Ascom-EPAMIG-Copia.jpg)
A produção de azeite na região Sudeste deverá ser entre 60 e 75 mil litros este ano Foto Ascom Epamig/Divulgação
LEIA TAMBÉM
Pesquisa e inovação
Atualmente, a Epamig coordena 11 projetos de pesquisa focados em diversos aspectos da cultura da oliveira, incluindo controle de doenças, nutrição mineral, parâmetros fisiológicos, polinização e melhoramento genético.
Além disso, participa de outros quatro projetos em parceria com outras instituições públicas, totalizando investimentos de R$ 18,3 milhões.
“Nosso objetivo é desenvolver cultivares mais adaptadas às mudanças climáticas. Estamos conduzindo diversos estudos que, nos próximos três a quatro anos, começarão a gerar resultados concretos para os produtores”, afirma Moura.
Azeitech 2025: conhecimento e tecnologia para o setor
A Epamig vai realizar o Azeitech 2025, evento gratuito marcado para o dia 21 de fevereiro, no Campo Experimental de Maria da Fé, em Minas Gerais.
A programação tem como tema central “práticas agrícolas sustentáveis e agricultura regenerativa”.
Durante o evento, será apresentada a Câmara Técnica Setorial da Olivicultura de Minas Gerais, que visa estruturar políticas públicas para o fortalecimento do setor naquele estado.
Mais informações sobre o evento podem ser acessadas em: https://www.azeitech.com.br
![](https://alavoura.com.br/wp-content/uploads/2025/02/3-FOTO-03-Estacoes-de-campo-Azeitech-2023-Foto-Erasmo-Pereira-Copia.jpg)
Azeitech 2023, evento gratuito realizado no Campo Experimental de Maria da Fé, em Minas Gerais Foto Ascom Epamig/Divulgação
LEIA TAMBÉM
Produção de azeites da Serra da Mantiqueira deve superar a de 2023
Crescimento da olivicultura
Moacir Nascimento, presidente da Assoolive e coordenador da Câmara Técnica, ressalta que o trabalho conjunto com a Epamig tem sido fundamental para o crescimento da atividade no Brasil.
“A olivicultura está se expandindo para além da Mantiqueira, e isso torna essencial o investimento em pesquisa, especialmente no desenvolvimento de variedades adaptadas a diferentes condições climáticas. A Câmara Técnica irá fortalecer essa missão e levar discussões sobre o tema para eventos como o Azeitech”, afirma.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig)
Foto abertura: Oliveiras em Maria da Fé – Ascom Epamig/Divulgação