A análise química é uma ferramenta que produtores, técnicos e pesquisadores dispõem para avaliar a fertilidade do solo e, a partir da necessidade nutricional das culturas, recomendar a correção com calcário ou adubação. O primeiro passo para a análise de solos é a amostragem. Dela depende o sucesso do resultado da análise, pois mais de 90% dos erros nos resultados das análises, decorrem da coleta inadequada. “Erros neste procedimento podem causar prejuízos ao agricultor”, destaca o pesquisador da Embrapa Rondônia, Ângelo Mendes.
De acordo com Ângelo, é possível fazer a coleta em qualquer época do ano, mas o ideal é que sejam retiradas, no mínimo, 60 dias antes da adubação. A coleta também pode ser feita no início da estação seca, no caso de culturas anuais, e, logo após a colheita, para culturas perenes.
Coleta da amostra
A coleta pode ser realizada com pá, boca de lobo, trado ou enxada. As amostras, coletadas em vários pontos da área a ser cultivada, devem ser colocadas em um balde plástico limpo e, em seguida, muito bem misturadas. Depois disso, deve-se retirar, aproximadamente, 500 gramas de solo e armazenar em saco plástico limpo e etiquetado, com identificação, e enviar a um laboratório que tenha certificação em programa de qualidade (os da Embrapa, por exemplo) para a realização da análise.
“Quanto maior o número de amostras simples de uma área para formar a composta, mais preciso será o resultado da análise do solo”, explica o pesquisador acrescentando que “as amostras compostas devem conter, no mínimo, dez amostras simples de cada área”.
A partir do resultado emitido pelo laboratório, o produtor fica sabendo como proceder a aplicação de calcário, para corrigir a acidez do solo; e de adubação, caso necessário. Vale lembrar, por exemplo, que 75% dos solos da região amazônica são ácidos e apresentam alumínio tóxico em sua composição, o que reduz a fertilidade do solo e o desenvolvimento do vegetal.