Restos de verduras , folhas danificadas, cascas, frutos podres, alguns bagaços, borra de café, cascas de ovos, enfim, todo o lixo orgânico deve ser aproveitado, pois é muito rico em nutrientes para as plantas
Para preparar o próprio composto orgânico para adubar sua horta doméstica, pode-se usar as sobras de alimentos crus, resultantes do preparo das refeições, como restos de verduras não temperadas, folhas danificadas, cascas, frutos podres, alguns bagaços, borra de café, cascas de ovos, enfim, todo o lixo orgânico deve ser aproveitado, pois é muito rico em nutrientes para as plantas.
“Compostagem, é a técnica de aproveitamento de diversos materiais orgânicos de origem vegetal (como o lixo doméstico) que, por meio de um processo de fermentação aeróbica, se transformam no composto orgânico. Além de gerar um adubo natural de ótima qualidade para hortas caseiras, é excelente atividade educativa, contribuindo na formação da consciência e do entendimento sobre as leis ambientais, sendo uma prática evidente das transformações naturais pelas quais passam todos os organismos vivos”, explica o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Osmar Mosca Diz.
Ele ensina que para se fazer o composto, é preciso separar o material orgânico vegetal, já disponível na cozinha, num balde plástico com tampa, distribuindo-o em camadas intercaladas com palha (ou restos de grama cortada no jardim da casa, folhas secas, capim cortado etc).
“É importante frisar que para se evitar o apodrecimento do lixo, fortes odores e também a invasão de roedores e outros animais, inclusive larvas de moscas, não se deve, de maneira nenhuma, utilizar no composto os restos de comida preparada, tais como arroz, feijão, polenta, pão, macarrão, carnes, entre outros”, adverte o técnico.
Composto orgânico feito em pilhas
Segundo o engenheiro agrônomo, a compostagem pode ser feita em caixotes, compartimentos plásticos específicos, ou numa pilha . “Deve ser iniciada sempre com a palha, que formará a primeira camada (em torno de 10 centímetros de altura), colocando-se sobre ela os restos orgânicos disponíveis (os resíduos da cozinha já mencionados ou estercos frescos de bovinos, aves ou cavalos) até formar uma pilha, sempre intercalando as camadas. Uma camada de palha, outra de resíduos frescos e/ou esterco e assim por diante”, detalha.
Osmar Diz recomenda que “toda vez que se colocar uma camada de resíduos da cozinha, molhar bem até escorrer e cobrir em seguida com a palha, até não ser possível ver mais os restos da cozinha (que ficarão sob a camada de palha)”.
A pilha deve medir de 1 a 1,2 metro de largura e o comprimento pode variar conforme a disponibilidade de espaço e material (não devendo ultrapassar 4 a 5 metros) . “A altura máxima tem de ser de 1,2 metro”, determina.
“Havendo possibilidade, é bom acrescentar finas camadas de cinza peneirada de forno ou fogão à lenha, calcário, fosfato natural e/ou pó de ossos, a cada três camadas de palha. Isto irá enriquecer o composto em nutrientes e diminuir a acidez, principalmente quando são usadas muitas cascas de cebola, de laranja e de limão”, aconselha Osmar Diz .
Ele ressalta que não havendo disponibilidade de palhas, também é possível edificar a pilha do composto colocando-se uma fina camada de terra sobre o material orgânico, de maneira intercalada. “De qualquer forma, a última camada terá de ser sempre de palha”.
O técnico esclarece que não há necessidade de erguer a pilha ao abrigo da ação do sol e da chuva. “Em situações excepcionais de muita chuva, pode-se colocar uma cobertura de plástico sobre a pilha. Uma vez formada a pilha de composto, é necessário controlar a temperatura interna e a umidade, pois com a fermentação, há intensa formação de calor e, consequentemente, perda de água por evaporação. A elevada temperatura da pilha (próxima de 50°C a 60°C) é um indicativo de que a fermentação está se desenvolvendo” diz.
Tempo de fermentação
Segundo Osmar Diz, o tempo de fermentação do composto orgânico pode variar em função da temperatura ambiente, do material utilizado, da quantidade de água e do inoculante (esterco ou resíduos orgânicos utilizados), entre outros fatores.
“No verão, o processo é mais rápido. Montada a pilha, pode-se ter o composto pronto em até 60 dias, conforme o tipo de material, fazendo-se reviradas a cada 20 dias. Sempre que necessário (a cada 20 ou 30 dias), deve-se revolver a pilha para promover uma maior aeração, cortando-a com uma enxada e reerguendo em seguida todo o material semicompostado numa nova pilha, ao lado”, aconselha.
O engenheiro agrônomo explica que durante o processo de compostagem, não é comum ser exalado cheiro forte, “pois isso indicaria que está acontecendo apodrecimento e não a fermentação, talvez pelo excesso de água ou pela falta de oxigenação da pilha. Nesse caso, é preciso revirar a pilha e reerguê-la novamente em seguida”, ensina.
O composto pronto se parece com terra e não apresenta cheiro diferente dessa, podendo ser utilizado diretamente sobre os canteiros onde serão (ou estão sendo) cultivadas as hortaliças ou flores e plantas ornamentais, seguido de sua leve incorporação superficial na terra ou, então, somente espalhado pela superfície.
Quanto usar?
De acordo o técnico da Secretaria de Agricultura de São Paulo, a dosagem varia, mas, em geral, se aplica um latão (20 litros) por metro quadrado de canteiro. Para uma melhor eficiência, ele recomenda peneirar o produto antes de colocá-lo nos canteiros. “O que sobrar na peneira volta para o processo de compostagem”.
Fonte:BASF